A forma mais remota
que conheço da sede deste concelho é AMORA,
em documento de 1446, e noutro do século XV.
O Censo do Alentejo
de 1527, ainda traz duas vezes<< Villa da Mora >> e só uma <<
Villa de Mora >>. Há ainda outra Mora, freguesia de Trás-os-Montes
(Vimioso), e Amora, no concelho do Seixal, além dos derivados – Moredo, Moraes,
em Trás-os-Montes, e Amoreira, Amoraias, numerosas em todo o país.
A base comum estará
no latim vulgar mora, português moderno amora (com prótese do artigo feminino)
que significa não só o fruto da amoreira, mas também a própria árvore, em latim
clássicos ditos respectivamente << morus e morum >>.
Da Informação Particular de 1941, do Dr. Joaquim
Albino da Silveira).
Mais de uma hipótese se pode formular sobre a origem desta designação.
Relacionar-se-á com Mor contracção de Moor, que foi nome de mulher e subsiste
ainda na toponímia?.
Teremos então em Mora um nome latino, mas a solução não seduz muito, até
porque, em topónimos desta origem, tal elemento não aparece isolado, antes
fazendo parte das expressões compostas. Talvez seja preferível fazer a
aproximação morfológica de MORA e Morão, nome de localidades do Minho e
Trás-os-Montes.
Morão, representado na Galiza por Morán e o mesmo que Mourão, é um caso
oblíquo correspondente a Maurane (século XI), de Moura, genitivo Mauranis, nome
visigótico ou, antes, latino, mas adoptado e adaptado pelos visígodos(em latim,
Maurus).
O desconhecimento de formas antigas e intermediárias do topónimo dificulta
a determinação do verdadeiro étimo.
Dos Topónimos e Gentílicos, de Xavier Fernandes, Vol. II – 1944 – Pág.
339). Vid. Apêndice.
É MORA de antiga fundação mas não
sabe quando nem quem foi o seu fundador. Foi-lhe por D. Manuel I, dado foral em
1519 e era Comenda da Ordem de Avis.
É banhada pelo Raia que corre sossegadamente até ao sítio denominado a Fraga, onde se despenha formando uma
queda que, talvez devido ao desamor pelas nossas riquezas naturais, ninguém
pensou ainda aproveitar.
É a Fraga, pelo seu aspecto surpreendente, vista obrigatória de quantos por
MORA passam.
Parece que o nome de MORA provém
de, em tempos remotos, existir este local um Convento ou Recolhimento de frades
da Ordem de Avis a que lhe davam o nome de DEMORA,
porque na passagem para outros conventos, ou locais, os frades desta Ordem,
aqui permaneciam até partir. Com o andar dos tempos passou a chamar-se MORA.
Fonte: Do Boletim da Casa do Alentejo
– Ano XX – N.º 213 – Janeiro de 1955
Bom Dia Alentejo!