quinta-feira, 14 de julho de 2016

Bom Dia Alentejo, Mês, o Mês do Ano, a provérbio e o adágio fica

 
Em Abril, mau é descobrir.
Abril: águas mil, quantas mais puderem vir.
Em Abril, águas mil, coadas por um mandil.
A água que no Verão há-de regar em Abril e Maio há-de ficar.
Abril molhado, ano abastado.
Se não chove em Abril, perde o lavrador couro e quadril.
Seca de Abril deixa o lavrador a pedir.
Abril frio: pão e vinho.
Em Abril, queimou a velha o carro e o carril; e uma cambada que ficou em Maio a queimou.
Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
Abril, Abril, está cheio o covil.
Em Abril queima a velha o carro e o carril.
Em Abril, cada pulga dá mil.
Em Abril, lavra as altas, mesmo com água pelo machil.
Em Abril, vai onde deves ir, mas volta ao teu cuvil.

 
 
Maio hortelão: muita palha e pouco grão.
Maio pardo faz o ano farto.
Maio pardo e Junho claro podem mais que os bois e o carro.
Fraco é o Maio se o boi não bebe na pegada.
Fraco é o Maio que não rompe uma croça.
Guarda para Maio o teu melhor saio.
Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho.
Maio couveiro não é vinhateiro.
Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.
Maio pardo e ventoso faz o ano formoso.
As favas, Maio as dá, Maio as leva.
Em Maio, já a velha aquece o palácio.
Em Maio, nem à porta de casa saio.
Em princípio de Maio, corre o Lobo e o Veado.
Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.


Sol de Junho amadura tudo.
Chuva de Junho: peçonha do mundo.
Chuva de Junho: mordedura de víbora.
Chuva junhal: fome geral.
Junho chuvoso: ano perigoso.
Enxame de Junho nem que seja como punho.
Em Junho, foice no punho.
Em Junho, perdigotos como punho.
Feno, alto ou minguado, em Junho é segado.
Junho calmoso, ano formoso.
Junho floreiro, paraíso verdadeiro.
Junho, dorme-se sobre o punho.


 
Julho quente, seco e ventoso: trabalha sem repouso.
Em Julho, prepara o vasculho.
Em Julho, ceifa o trigo e faz o debulho. E, em o vento soprando, vai-o limpando.
Em Julho, reina o gorgulho.
Não há maior amigo do que Julho com seu trigo.
Por todo o mês de Julho, o meu celeiro entulho.
Julho abafadiço: abelhas no cortiço.
Chuva de Julho que não faça barulho.
Por muito que Julho queira ser, pouco há-de chover.
Água de Julho, no rio não faz barulho.
 
 
Agosto nos farta, Agosto nos mata.
Quem em Agosto ara, riqueza prepara.
Quem não debulha em Agosto debulha com mau gosto.
Quem malha em Agosto malha contra gosto.
Chuva em Agosto enche o tonel de mosto.
Chuva em Agosto: açafrão, mel e mosto.
Quando chove em Agosto, chove mel e mosto.
Agosto amadurece, Setembro vindimece.
Agosto tem culpa se Setembro leva a fruta.
Em Agosto, toda a fruta tem gosto.
Temporã é a castanha que em Agosto arreganha.
Seja o ano que for, Agosto quer calor.
Se queres o teu homem morto, dá-lhe couves em Agosto.
Em Agosto, ardem os montes; em Setembro, secam as fontes.
Em Agosto, candeeiro posto.
Em Agosto, frio no rosto.
Em Agosto, antes vinagre do que mosto.
Em Agosto, nem vinho nem mosto.
Em Agosto, Sardinhas e mosto.
 
 
Em Setembro, ardem os montes, secam-se as fontes
Setembro, ou seca as fontes ou leva as pontes.
Em Setembro tem Deus a mesa posta.”
Em Setembro, andando e comendo.
Se em Setembro a cigarra cantar, não compres trigo para guardar.
Em Setembro, cara de poucos amigos e manhã de figos.
Para vindimar deixa o Setembro acabar.
Em Setembro planta, colhe e cava que é mês para tudo.
Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta.
Nuvens em Setembro: chuva em Novembro e neve em Dezembro.


Em Outubro sê prudente: guarda pão, guerra semente.
Em Outubro, o fogo ao rubro.
Em Outubro, paga tudo.
Logo que Outubro venha, procura a lenha.
Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.
Outubro quente traz o diabo no ventre.
Outubro suão, negaças de Verão.
Outubro, vaca para o palheiro e porco para o outeiro.
Em Outubro, o lume já é amigo.
Em Outubro, semeia, cria e terás alegria.
Quando Outubro for erveiro, guarda para Março o palheiro.
Se em Outubro te sentires gelado, lembra-te do gado.
Simão (Outubro) favas no chão.

 
Em Novembro, prova o vinho e planta o cebolinho.
Tudo em Novembro guardado, ou em casa ou enterrado.
Cava fundo em Novembro para plantares em Janeiro.

 
Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.
Dezembro frio, calor no estilo.
Em Dezembro, treme de frio cada membro.
Em Dezembro corta lenha e dorme.
Em Dezembro descansa, em Janeiro trabalha.

 
Janeiro fora, cresce uma hora.
Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.
Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado.
Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.
Janeiro quente, traz o Diabo no ventre.
Janeiro tem uma hora por inteiro.
A vinte de Janeiro, uma hora por inteiro e quem bem souber contar, hora e meia lhe há-de achar...
Em Janeiro uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-de achar.
Da flor de Janeiro, ninguém enche o celeiro.
Em Janeiro saltinho de carneiro.
Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.
Em Janeiro, cada Ovelha com seu Cordeiro.
Em Janeiro, nem Galgo lebreiro, nem Açor perdigueiro.
Em Janeiro, seca a Ovelha no fumeiro.
Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro.
Em Janeiro, um Porco ao sol e outro ao fumeiro.
Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.
Quem em Janeiro lavrar, tem sete pães para o jantar.
A água de Janeiro, vale dinheiro.
Ao luar de Janeiro, se conta dinheiro.
Em Janeiro, um porco ao sol outro no fumeiro.
Os bons dias em Janeiro vêm-se a pagar em Fevereiro. 
Se queres ser bom ervilheiro, semeia no crescente de Janeiro.
Janeiro greleiro, não enche o celeiro.
Em Janeiro sobe ao outeiro. Se vires verdejar, põe-te a chorar. Se vires terrear põe-te a cantar.
Ao minguante de Janeiro, corta o madeiro.
Não há luar como o de Janeiro, nem amor como o primeiro.
Bons dias em Janeiro enganam o homem em Fevereiro.
Chuva em Janeiro e sem frio, vai dar riqueza ao Estio.
No mês de Janeiro sobe ao outeiro para ver o nevoeiro. 
Pescada de Janeiro, vale carneiro.
Sol de Janeiro, sempre baixo no outeiro.
Trovoada em Janeiro, nem bom prado, nem bom palheiro.
Em Janeiro, acende a fogueira e senta-te à lareira.
Calça branca em Janeiro é sinal de pouco dinheiro.
Janeiro molhado, se não cria pão, cria o gado.
Se para a tua casa precisas de madeiro corta-o em Janeiro.
Em Janeiro mete obreiro.
Janeiro bom para a vaca, é mau para saca.
Secura de Janeiro riqueza do rendeiro.
Pintainho de Janeiro, vai com a mãe ao poleiro.
Janeiro frio e molhado. Enche o celeiro e farta o gado.
Trovão em Janeiro, nem bom prado nem bom palheiro.
Janeiro geadeiro.
Não há luar como o de Janeiro nem sol como o de Agosto.
Em Janeiro, os dias têm saltos de carneiro.
Em Janeiro veste pele de carneiro.

 

Água de Fevereiro, mata o Onzeneiro.
Ao Fevereiro e ao rapaz, perdoa tudo quanto faz.
Em Fevereiro, chega-te ao lameiro.
Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.
Fevereiro é dia, e logo é Santa Luzia.
Fevereiro enxuto, rói mais pão do que quantos ratos há no mundo.
Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.
Fevereiro recouveiro, afaz a perdiz ao poleiro.
Neve em Fevereiro, presságio de mau celeiro.
Quando não chove em Fevereiro, nem prados nem centeio.
Neve em Fevereiro, presságio do mau celeiro.
Para parte de Fevereiro, guarda a lenha no quinteiro.
Em Fevereiro põe o teu fumeiro.
O tempo de Fevereiro enganou a mãe ao soalheiro.
Aveia de Fevereiro enche o celeiro.
Em Fevereiro neve e frio; é de esperar calor no estio.
Em Fevereiro põe o teu porquinho ao sol.
Em Fevereiro mata o teu carneiro.
Fevereiro trocou dois dias por uma tigela de papas.
Fevereiro coxo, em seus dias vinte e oito.
Fevereiro é o mais curto mês e o menos cortês.
Em Fevereiro, no 1º jejuarás, no 2º guardarás, no 3º dia de S. Brás.
Aí vem o meu irmão Março, que fará o que eu não faço.
Bons dias em Janeiro, enganam o homem em Fevereiro.
A Fevereiro e ao rapaz perdoa tudo quanto faz, se Fevereiro não for secalhão e o rapaz não for ladrão.
Em Fevereiro chuva, em Agosto uva.
Lá vem Fevereiro, que leva a orelha e o carneiro.
Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado, nem bom palheiro.
Chuva de Fevereiro vale por estrume.
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
Enxame de Março apanha-o no regaço.
Março zangado é pior que o diabo.
Em Março, onde quer passo.
Março liga a noite com o dia, o Manel co'a Maria, o pão com o pato e a erva com o sargaço.
Nasce a erva em Março, ainda que lhe dêem com o maço.
Sol de Março queima a dama no paço.      
Em Março, chove cada dia um pedaço.
Março, Marçagão, de manhã Inverno à tarde Verão
Março duvidoso, S. João farinhoso.
Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Março, tanto durmo como faço.
Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Bom Dia Alentejo, de uma Viana do Alentejo, o Topónimo de Viana do Alentejo, a uma terra dos Galgos

  






Pretendem vários escritores que foram os galos celtas que a fundaram alguns séculos antes do nascimento de Cristo. E acrescentam que, em memória da cidade de Viena sua pátria, lhe deram o mesmo nome.
(De As cidades e Vilas da Monarchia  Portugueza,  que têm brasões d`Armas – por J.  Vilhena Barbosa, Lisboa, 1862 – Vol. III – Pág. 126).

A meia vertente da serra do seu nome, entre azinhais e oliveiras, localiza-se o casario da antiga VIANA DE A PAR DE ALVITO, hoje a vila concelhia de VIANA DO ALENTEJO, incorpada no distrito administrativo de Évora……………
A VIANA acrescentou-se o determinativo DO ALENTEJO, indicativo da respectiva província e que a distingue, na denominação da cidade capital do Alto Minho.
(Dos Topónimos e Gentílicos, de Xavier Fernandes, Vol. II – 1943 – Pág. 391).
 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Bom Dia Alentejo, Comenda, Argola, Argola para prender o burro

 
Mes compadres e minhas comadres, vossemecês  ainda se lembram disto? A argola para prender o burro...

Que dando seguimento, pois se dirá a vossemecês, e que fora da ordem de trabalhos, ano da Nossa Senhora da Graça e que na presente, pequenito povoado de Comenda, ainda é possível encontrar quatro, algures perdidas nas frontarias do pequenito povoado. A lembrar, duas na Rua 25 de Abril, uma na Rua D. Delfina Pequito Rebelo, e para terminar, não lhe fazendo ele a pesquisa profunda, uma na Travessa do Monte Novo.
Aqui, compadres e minhas comadres, não lhe conseguiram dar um tiro, assim mesmo que no centro da testa. Se dirá a vossemecês, assim, património que ainda vive...
Foto: Blogue, “arquitecturadouro.blogspot.pt”