Dizia-se, não se sabe
desde quando, nem porquê, que fulano ou sicrano era lobisomem! E o que era ser
lobisomem?
Era alguém que tinha
o condão, ou a sina, ou a fatalidade, de se transformar em qualquer outro
animal. Durante a noite sentiam uma ânsia, saiam de casa, tiravam a roupa e
rebolavam-se no sítio onde tivesse estado esse animal.
Imediatamente o seu
corpo se transformava até ficar semelhante ao desse animal, e tinham de
percorrer sete léguas até se cansarem e voltarem ao mesmo lugar. Ali chegados
rebolavam-se e retomavam à sua forma humana.
Dizia-se que chegavam
a sua casa sujos exaustos pelas suas correrias. Mas enquanto vagueavam ou
corriam através de vereda se campos eram perigosos porque desejavam que alguém
os picasse e lhes fizesse sangue. Se tal acontecesse ele retomaria a sua forma
humana, logo ali, e seria o outro (o que o picasse) que passaria a ser o
lobisomem. Para isso investiam contra as pessoas contra quem se cruzassem.
Enfim um perigo, um horror!
Fonte: Alegrete : histórico, urbano e rural –
João Manuel Marques Parente - pág. 79 – 2003 – Edições Colibri
Bom
Dia Alentejo!