quarta-feira, 30 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Portalegre, A Grande Guerra, Monumento aos Mortos da Grande Guerra

Foto: Vitor Oliveira, https://c2.staticflickr.com/6/5127/5336465387_3dc745da32_z.jpg
Com a presença do ministro da Guerra, o monumento foi inaugurado a 11 de Novembro de 1935.
Ele começou a ser construído, ou melhor, quando a primeira pedra foi lançada, eram os dias de 23 e 24 de Maio. O ano, o ano de 1920, a Nossa Senhora da Graça o contava.
Uma maquete e um risco original do tenente Lacerda, Lacerda Machado, mas em 1935, quando a obra foi inaugurada, o autor da obra final – amigos meus - foi o escultor Henrique Moreira…

domingo, 27 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Alandroal, Topónimo de Alandroal, a terra que se estendeu nos Alandros

 
Foto: Cláudia Almeida, http://www.aventuris.com.pt/aventuris/imagens/DSC0638.jpg
Alandro - a-landro, vem de lorandu. Incidentemente notei que ALANDROAL se formou de alandrão como meloal  de melão, Sardoal, de sardão.
Há em português muitos nomes botânicos derivados de outros do mesmo radical com a adjunção do sufixo –ão, antigo –om, por exemplo:  -arruda –arrudão; botelho (botelha) – botelhão; couve –couvão; malva – malvão; manjarico – manjericão; ortiga – ortigão, etc.
Em galego albaca – albacón; faba – fabón, malva – malvón, Ortiga – ortigón; e em francês chardon com relação ao latim cardum.
Creio que alandrão pertence à mesma categoria. A forma antiga de ALANDROAL é Landroal, como se vê nos Lusíadas, VIII, 33: Pero Rodrigues é do Landroal.
(Das Lições da Filologia Portuguesa, pelo Prof. Doutor José Leite Vasconcelos, 2.ª edição, 1926 – Pág. 461).

Em antigo português escrevia-se Lendroal, e provém-lhe o nome de grande quantidade de loendros (arbustos apocíneos que ensombram a fonte chamada do <<Mestre>> por pertencer do Mestrado de Avis, no local que foi escolhido para assento da povoação.
(Do Arquivo Histórico de Portugal, tomo I (1890) – Pág. 37).
 
É tradição que tomara esta vila o nome de Alandros, que são umas plantas com as folhas semelhantes às do louro posto que mais grossas e lisas, e a flor como rosas, das quais havia grande cópia na sua fonte, abaixo da qual fica uma grande horta que chamam do Mestre, por ser dos Mestres de Avis, no tempo em que os havia.
(Do Dicionário Geográfico do padre Luís Cardoso, tomo I – Pág.  111).

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Mora, Museu do megalítico, Mora que ele nasce

 
O município de Mora, um dos concelhos do Alentejo mais ricos em vestígios megalíticos, pretende criar um museu interactivo dedicado ao tema, aproveitando a recuperação da antiga estação ferroviária da vila. “Estamos a pensar em reunir toda essa riqueza arqueológica centrada na arte megalítica num único equipamento para a mostrarmos ao público com recurso às novas tecnologias”, adiantou à Lusa o presidente da câmara, Luís Simão.
O objectivo é criar um Museu Interactivo de Megalitismo que proporcione “uma experiência diferente” aos visitantes, que não seja baseada apenas na exposição de peças e artefactos. “Queremos um museu em que as pessoas sejam envolvidas nesse ambiente pré-histórico e possam ter experiências únicas, que mexam com os seus vários sentidos”, acrescentou.
A ideia de criar este museu insere-se na recuperação da antiga estação de comboios da CP e a sua divulgação, por parte do município, coincide com o lançamento da Carta Arqueológica do concelho. O livro O Tempo das Pedras - Carta Arqueológica de Mora é da autoria de Leonor Rocha, arqueóloga e professora da Universidade de Évora, e dá a conhecer a riqueza megalítica daquela zona alentejana.
Um potencial que a arqueóloga diz ser “interessante” valorizar através de um museu, até porque a autarquia “tem vindo a investir em megalitismo, ininterruptamente, desde há duas décadas”, o que “não é muito comum” em Portugal.
"A ideia tem vindo a germinar e faz todo o sentido”, sobretudo num formato interactivo. “As pessoas estão, neste momento, muito mais ligadas a museus que sejam dinâmicos, com recurso a imagens e sons e onde podem ver coisas diferentes”, frisou Leonor Rocha.
Segundo o autarca de Mora, está em curso o processo para “seleccionar o gabinete de arquitectura que vai elaborar o projecto de recuperação da estação ferroviária”, numa obra que deverá rondar os “dois milhões de euros”.
Naquele antigo espaço da CP, a par do museu sobre megalitismo, o projeto engloba a instalação da associação Estação Imagem, dedicada à fotografia, de uma zona de biblioteca e outra de computadores e do arquivo municipal.
“A parte mais importante e atractiva é a do núcleo museológico do megalitismo, mas o município só vai avançar com o projecto se existirem apoios comunitários”, alertou. A candidatura deverá ser apresentada a financiamento comunitário “em Abril ou Maio do próximo ano”, admitiu Luís Simão, que gostaria de ver as obras arrancarem “em 2013, para estarem concluídas em 2014”.
Leonor Rocha realçou que Mora é um dos concelhos do Alentejo com “grande diversidade e quantidade de sítios arqueológicos a nível da pré-história, entre o neolítico e o calcolítico ou bronze inicial”.
“Tem uma grande expressividade de monumentos megalíticos, como antas ou menires, que estão muito bem conservados e alguns deles são excepcionais”, assegurou a arqueóloga, que trabalha na zona desde 1994 e que, na carta arqueológica, compilou 100 anos de investigação no concelho.

(Desenho de José Pinto Nogueira)
Passados dois anos, presidente da Câmara de Mora, http://www.antenasul.pt/index.php?q=C%2FNEWSSHOW%2F3463  Luís Simão, afiança à Agência Lusa que o futuro Museu do Megalitismo vai ser um "equipamento inovador" e de "referência a nível nacional", realçando que o espaço vai possibilitar aos visitantes "sentirem-se envolvidos por aquela época".
"Museus onde estão expostas peças megalíticas há muitos, mas nós, além disso, queremos ir mais longe, porque os museus afirmam-se pela diferença", afirma, avançando que uma das principais "atrações" será um holograma de um homem das cavernas.
O futuro Museu do Megalitismo vai ocupar as antigas instalações da estação ferroviária de Mora e um edifício que está a ser construído de raiz num espaço contíguo.
A obra envolve um investimento global de 2,5 milhões de euros, sendo financiada a 85 por cento por fundos comunitários e o restante pelo Município.
O autarca alentejano indica que os trabalhos já arrancaram no terreno e que estão a decorrer em "bom ritmo", referindo que, actualmente, "estão a ser feitas as fundações do novo edifício e demolições no edifício da antiga estação".

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Elvas, Coreto do Parque da Piedade, a festa junto a Santuário Senhor Jesus da Piedade

 
O coreto do Parque da Piedade foi inaugurado em 1957 pela confraria do S. J. Piedade, desconhecendo-se tanto a sua data de construção como o seu primeiro proprietário. Actualmente é propriedade da Câmara Municipal.
Apresenta uma planta única no distrito decágono e está a 1,60 do solo, assentando em pavimento de argamassa de cimento e mosaicos.
De construção em alvenaria, cimalha e cunhais em mármore e colunas de ferro fundido, apresenta a cobertura em chapa ondulada com ferro e um rendilhado que se destaca em todo este conjunto.
Não tem acesso próprio e, quanto à iluminação, está funcional e mantém-se todo ele em bom estado de conservação. Os bancos que o circulam, as árvores que o rodeiam e a aproximação de um lago são um convite ao lazer.
Actualmente é utilizado nas festas de São Mateus, em Setembro.
Fonte: Coretos do Norte Alentejano / Maria de Lurdes Ferreira Serra

terça-feira, 22 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Ponte de Sor, Aeródromo de Ponte de Sor, Campus Universitário está quase a nascer

Foto: pontedosor.blogspot.com
A construção de um campus universitário no aeródromo de Ponte de Sor vai arrancar até ao final do verão, num investimento de 4,2 milhões de euros, revelou este domingo à agência Lusa o presidente do município.
"As obras, provavelmente, terão início no final do verão, com um prazo de conclusão de nove a dez meses. Portanto, tudo indica que a meio de 2015 tenhamos esta obra concluída", disse Hugo Hilário, em declarações à agência Lusa.
Além da sede dos meios aéreos da Protecção Civil, o aeródromo de Ponte de Sor alberga uma empresa de manutenção de aviões ultraleves, o Aeroclube de Portugal com a vertente dos planadores e uma empresa de componentes aeronáuticos.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Elvas, Coreto do Jardim Municipal, sino meia-noite tocava que a porta lhe fechava

Elvas presenteia-nos com dois coretos: o coreto do Jardim e o coreto do Parque da Piedade.
Estamos a falar do coreto do Jardim Municipal, construído em 16 de Maio de 1892 pela Câmara Municipal, que mantém a sua propriedade.
De uma forma octogonal, fica a 1,40m do solo. Com pavimentos em mosaico, cunhais e cimalha em pedra mármore, tem o gradeamento e colunas em ferro fundido, sendo a cobertura de chapa zincada lisa com estrutura em ferro rendilhado e em ferro fundido.
Mantém-se electrificado, tem acesso próprio e está em bom estado de conservação.
O coreto tem a particularidade de possuir um sino que, outrora, foi utilizado para avisar os utentes do jardim da aproximação da meia-noite e do consequente encerramento dos portões.
Fonte: Coretos do Norte Alentejano / Maria de Lurdes Ferreira Serra

domingo, 20 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Nossa Senhora da Santa Maria do Tojal, olhos lá Céu como que se uniram para Sempre

 
Fonte: Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo V, p. 575
A imagem da padroeira [Santa Maria do Tojal], é de pedra, de 1m, 20, com o Menino Jesus nos braços, e este com dois pombinhos na mão. É objecto de muita devoção, do povo da villa, que lhe atribue muitos milagres. Não póde ir em procissões, por causa do seu pêso.
Segundo a lenda – querendo uns mórdomos da Senhora, vasal’a pelas costas, para ficar mais leve, á primeira martellada, rachou a imagem de meio a meio, o que vendo o canteiro, não quiz continuar a obra, e a imagem tornou a unir, sem que mais se cochecesse por onde tinha rachado.

sábado, 19 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Monforte, Fonte na Praça da República, no meio do círculo está o ponto

 
Não foi possível saber a data da construção do monumento publicado. Data da sua construção ou quando entrou ele ou ela em funções na vila de Monforte. Muito menos ainda saber quem lhe fez o risco ou a forma como lha deu.
Uma fonte com uma escadaria e de formato circular, em local aberto, a ocupar ela, parte central da Praça da República na vila de Monforte…

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Alpalhão, Cruzeiro de Alpalhão, a uma porta aberta a de uma vida

 
 
 
 
 
Foto e Texto: http://www.patrimoniocultural.pt/
Em Alpalhão ergue-se uma pequena capela quinhentista, da invocação do Calvário, junto à qual se levanta o cruzeiro classificado. Na verdade, o cruzeiro faz parte de um interessante conjunto de elementos evocativos do sacrifício de Cristo; para além da invocação da capelinha, temos a sua planta circular (rotunda) simbolizando o Santo Sepulcro, e ainda um "passo" da cruz representado no adro murado, também circular.
O cruzeiro, datando igualmente de Quinhentos, mas muito possivelmente anterior à construção do templo, é constituído por uma coluna oitavada lisa, assente em três degraus quadrangulares, sustentando uma plataforma de planta octogonal onde se levanta a cruz.
Esta é uma cruz latina, composta por dois troncos octogonais, exibindo a figura do Crucificado numa das faces, e uma representação de São João Evangelista amparando a Virgem na outra face. As figuras são de bom talhe, com delicados panejamentos, de pregas naturalistas, cuidados detalhes e considerável precisão anatómica.
A cabeça de Cristo, sobrepujada por filactera com a inscrição INRI no topo da cruz, inclina-se para a direita, cingida pela coroa de espinhos, e os seus pés assenta numa pequena peanha.
O grupo constituído pela Virgem e São João Evangelista é tradicional na representação do Calvário, recordando o momento em que o discípulo tomou a Maria como sua própria mãe.
Como último apontamento, note-se que os degraus da base da coluna foram reconstruídos em meados do século XX, na sequência das obras aí efectuadas pela Junta de Freguesia de Alpalhão, quando o bloco de granito original foi demolido…

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Santa Susana, Alcácer do Sal, o Retiro e o Centro Budista da Europa

 
Foto: http://www.papeisdeparedehd.com/walls/estatua_de_buda-normal.jpg
Portugal vai inaugurar em Setembro, a fazer fé no jornal "Correio da Manhã", um dos maiores centros de retiros do budismo tibetano na Europa. Um espaço com cerca de 100 hectares, ele tem como objectivo, ele quer colocar este Alentejo – o meu e o vosso - na rota internacional do turismo religioso budista.
O centro, este centro, ele é o primeiro desta dimensão em Portugal e na Europa. É uma iniciativa do Centro de Estudos Tibetanos Pendê Ling. A sede está no Estoril. É uma comunidade de praticantes com quase uma década de existência.
O espaço, que fica localizado próximo de Santa Susana, em Alcácer do Sal, nasceu para possibilitar um treino "tradicional e mais intenso" aos alunos budistas e para permitir convidar para Portugal "mestres de renome na tradição meditativa tibetana", disse à agência Lusa o Lama Guyrme, um dos mestres que rege o centro do Estoril.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Chafurdão do Vale da Bexiga, Castelo de Vide, Solidão, Património ao Abandono

 
 
 
 
 
Foto e Fonte: José Caldeira Martins
Encimando um relevo ameno, em toda a sua volta livre de arvoredo que o esconda, fica este monumento à incúria e ao desleixo da nossa geração.
Muito perto da Freguesia de Alpalhão, mas já no concelho de Castelo de Vide…

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Moura, A Bica de Santa Comba, uma Fonte, a vida viva de alguns mermúrios

 
A Bica de Santa Comba, terras de Moura amigos meus, terras de Moura, tem a estátua da Santa que, em Córdoba, terra do seu nascimento, padeceu o martírio no ano de 853, durante a peregrinação aos Cristãos no reinado do Califa Mahomet.
Chafariz reconstruído em 1891, construído sobre outro já assinalado na planta de Duarte d’Armas, cuja existência parece datar do séc. XVI. A água que abastece esta fonte provém de uma das três fontes situadas no recinto do Castelo, com reconhecidas propriedades minero-medicinais.
A bica de Santa Comba tem a data de 1891, no entanto, existem documentos que, em 1555, esta fonte, eles já a referem.

Bom Dia Alentejo, Pelourinho de Água de Peixes, Alvito, os peixes saíram da água

 
Foto: http://hjaphotos.blogspot.pt/2011_11_28_archive.html
Todo ele em calcário. De pedra aparelhada e muito desgastada, levanta-se o fuste cilíndrico, liso, desprovido de capitel ou remate numa base de três degraus quadrados.
Pelourinho de Água de Peixes está localizado na freguesia de Alvito e no concelho do mesmo nome.

domingo, 13 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Topónimo de Portalegre, uma Cidade vai pela serra, uma terra olha o vale

 
O que corre não passa duma lenda deixar-nos supor a origem desta formosa cidade do Alto Alentejo mais favorecida pela natureza do que pelos homens.
Frei Amador Arrais conta-nos que a cidade foi edificada com o material que se aproveitou da cidade de Medobriga, fundada por Brigo, 4.º rei de Espanha.
Mais nos diz que tudo isto se passou cerca de 1900 anos antes da era cristã. Segundo a lenda teria sido um filho de Baco, de nome Lysias, que um dia, achando lindas estas paragens, mandou edificar uma fortaleza e um templo que consagrou a Dionísio ou Baco.
Tais construções teriam existido no sítio onde está a ermida de S. Cristóvão, sítio que domina a cidade actual. Ali perto, o arroio que corre, ainda hoje é chamado o ribeiro do Baco.
Embora faltem os elementos necessários para o provar, o que parece averiguado é que PORTALEGRE já existia nos tempos dos romanos, ainda que com outra localização não longe da actual.
Segundo a mesma lenda, Lysias, ao fundar a povoação, deu-lhe o nome AMAYA ou AMEYA. A origem de tal nome deve ter vindo do de uma filha do fundador citado, chamada MAIA. Ambos foram sepultados no referido templo.
Os romanos não mudaram o nome e a AMAYA ou AMEYA tornou-se em ruínas e ficou sem população, devido às lutas constantes da Idade Média.
Em 1259, D. Afonso III mandou-a reedificar em sítio onde existiam umas vendas que eram conhecidas por Portelos. Deve ter vindo daqui e da beleza do local o nome Portalegre.
As vendas de Portelos supõe-se que existiriam no local onde mais tarde se edificou a Igreja de S. Bartolomeu, que também já não existe. À volta deste sítio se foram então construindo edifícios com os materiais que existiam da extinta, ou quase, AMAYA.
Aconteceu, porém, coisa idêntica com a nova povoação, pois as lutas entre mouros e cristãos continuaram e no seu horror e na sua violência a destruiram.
Transformada em ruínas, os habitantes que sobreviveram tiveram que a abandonar.
Em 1290, D. Dinis mandou construir um forte castelo, que já também não existe, duas cercas de possantes muralhas, que tinham doze torres e oito portas. Estas tinham os nomes de: Teresa, Postigo, de Alegrete, de Elvas, de Evora, do Espírito Santo, de S. Francisco e do Bispo ou de Crato, algumas das quais ainda existem. As muralhas estão igualmente em bom estado de conservação.
O mais notável é que D. Dinis veio a tirar a prova de resistência da fortificação. A população de Portalegre tomou o partido de seu irmão D. Afonso, o qual se orgulhava do senhorio da localidade. O rei teve de pôr cerco à vila, cerco que durou cerca de cinco meses, acabando pela rendição dos sitiados.
D. João III criou o bispado em 1549.
Há uma versão que diz ter vindo o nome da cidade de PORTALEGRE de Portus Alacer. Portus era um sítio entre Penha de S. Tomé e o Cabeço do Mouro e Alecer veio da bela situação da povoação.
Da Crónica de Portalegre, de Casimiro Mourato, inserta no Boletim da Casa do Alentejo, Ano XIX, Maio de 1954, N.º 205.
 
PORTALEGRE derivou de Porto Alegre. Porto significou (como já no latim portus) passagem e neste sentido também se empregou e emprega em português a significar passo ou terra entre montes.
O adjectivo alegre de certo qualificou a alegria da paisagem. Como se sabe, a paisagem é idílica naquele porto alegre, enquadrado pela Serra de S. Mamede e alturas de Marvão e Castelo de Vide.
Note-se que as pessoas de fora dizem Purtalegre; mas Pórtalégre é a pronúncia popular, o que ajuda a confirmar a formação: porto-alegre.
O povo e a Língua, do Prof. Vasco Botelho de Amaral, inserto no Mensário das Casas do Povo – Ano IV (Outubro de 1949) – N.º 40 – Pág. 16

sábado, 12 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, o Padrão da Batalha dos Atoleiros, Fronteira, a porta que está fechada

 
A 6 de Abril de 1384 ter-se-á dado a Batalha dos Atoleiros, entre os partidários do Mestre de Avis e os do rei de Castela. D. Nuno Álvares Pereira comandava um pequeno exército de 1500 homens que, aparentemente nada poderiam fazer ante a superioridade dos 5000 soldados castelhanos.
Perante isto, o Condestável teve de improvisar um inédito estratagema.
No dizer de Fernão Lopes, “pôs batalha por terra”, destroçando o opositor e alcançando uma retumbante vitória, que se encontra escrita a linhas de ouro nos anais da nossa História de Portugal.
Perante isto, o acontecimento histórico registado, foi mandado construir este monumento para comemorar a batalha dos Atoleiros, que se travou nos arredores da vila de Fronteira, na qual, em 1384, o D. Nuno Álvares Pereira lá venceu os compadres nossos espanhóis.

O mais interessante deste monumento, é não saber mesmo quem foi “o pai da criança” ou assim quem lhe fez o risco ou o mandou construir e o ano em que ele nasceu. Até ao momento, blogue tem andado a procurar e não encontrou mesmo nada sobre assunto. E depois também diz, muito ingrata assim a situação e é mesmo muita injusta…

Mais grave ainda, é dando assim uma olhada no link do blogue, o “Notícias de Arronches”, http://arronchesemnoticias.blogspot.pt/2009/04/fronteira-comemora-625-anos-da-batalha.html onde se pode ler, “Foi com surpresa que no final da tarde do primeiro dia de festas podemos constatar a indignação de um grupo de 14 turistas que pretendiam visitar o Padrão da Batalha dos Atoleiros e encontraram o portão da estrada de acesso ao monumento fechada a cadeado e uma placa informando tratar-se de “Propriedade Privada”, sem qualquer outra informação aos visitantes, das duas uma ou o monumento foi vendido a particulares ou o seu acesso foi vedado abusivamente, em suma uma falta respeito pelos visitantes, assim se vai promovendo o turismo no Alentejo…No mínimo deveriam colocar no local uma placa informando de horários, dias ou mesmo de quantos em quantos anos permitem o acesso ao monumento, talvez apenas se possa visitar nos dias em que se realizem Cerimónias Militares, isto por respeito ou temor aos militares”.
 
Até ao presente e no presente a situação não mudou mesmo nada. Como dizia um amigo encontrado recentemente, “não está acessível a visitas; se é um investimento Público não pode estar ao benefício exclusivo de uma entidade Privada. Há aí qualquer coisa que não consegui perceber”.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, a Estátua do cavalo Alter Real, Alter do Chão, a Cavalo de sangue azul ele nunca se abate


15 de Outubro de 2005, população de Alter do Chão lá estava em festa.
A sentir um sonho seu que é alcançado ou o puro desejo finalmente cumprido que há muito o acalentava.  Estátua do cavalo de Alter do Chão que nascia. A homenagem de um simbolismo entre o animal e a vila. A forte ligação que há séculos existia. Um dia festivo que o povo e a terra que a via ou o via.
Réplica de uma obra ela talhada em bronze. Teve como modelo o cavalo "Oheide", exemplar nascido na Coudelaria de Alter.

O cavalo, fundido em bronze, encontra-se em posição de Alta Escola – o “Trote Elevado” – de forma a evidenciar os atributos físicos e as capacidades da raça, e está assente sobre uma calote esférica forrada a calçada de mármore, onde se destaca um dinâmico espelho de água, contando, também, à noite, com uma iluminação periférica.
Trata-se de uma estátua equestre em bronze, um projecto conjunto dos escultores Maria Leal da Costa e Luís Valadares, e do Arquitecto José Manuel Coelho Vila.

 
Bom Dia Alentejo!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Coreto de Póvoa e Meadas, a homenagem ao Capitão, a menina de um pézinho de dança

 
Foto: Júlia Galego, http://reanimar-coretos-portugal.blogspot.pt/search/label/Castelo%20de%20Vide
O Coreto de Póvoa e Meadas foi mandado construir pela Banda da Sociedade Recreativa e Musical de Póvoa e Meadas, em homenagem ao Capitão António Francisco Marques, seu fundador e maestro.
Inaugurado no dia 24 de Junho 1928 é ainda hoje palco das festas da vila.
De forma hexagonal com 3,10m de lado e altura 1,70m do solo, está construído em alvenaria de pedra e cal, com pavimento de argamassa de cimento e cobertura em chapa zincada com estrutura de ferro.
Possui ainda um lindo gradeamento e é iluminado por um candeeiro em ferro.
Embeleza e dá vida ao Jardim do Largo do Rossio.
Fonte: Coretos do Norte Alentejano / Maria de Lurdes Ferreira Serra

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Ponte de Vila Formosa, Alter do Chão, a terra na pura Seda ou a Chança da terra na Formosa

 
Olhando assim para ela, se pode ver seis arcos de volta redonda, iguais entre si e compostos, nas frentes, por trinta e três aduelas e traspassando os tímpanos desses arcos.
Há cinco olhais em forma de pórtico, com os pés direitos de silharia e o arco a de meio ponto, constituído por três aduelas verdadeiras e silhar horizontal de cada lado, com o topo do vivo já perfilhado em curva.
Na base, de cada pegão em redor dele quase junto à água, há uma faixa saliente, constituída ela por duas fortes molduras (filete e talão), faixa que representa o papel de imposta relativamente a cada arco.
Como a ponte é rigorosamente horizontal, logo por cima do fecho de cada arcada, corre a todo o comprimento, do lado jusante, uma cornija, uma cornija muito robusta, duma composição igual à faixa dos pegões.
Nesta ponte, nesta grandiosa ponte aqui neste Alentejo do norte, os cortamares são agudos e assim baixos; uma fiada apenas acima da faixa da imposta.
As guardas, estas, as da ponte, de uma enorme robustez e amplidão, podendo andar-se sobre elas, e assentando elas sobre a cornija ou friso; do lado do montante esse friso, porém, não é contínuo como o de jusante, mas interrompido com inteira regularidade por gárgulas salientes; de modo que a um silhar da cornija se segue uma gárgula: logo o outro silhar e outra gárgula.
 

Não, não é um quilómetro. Embora ela possa parecer ter um quilómetro, não é assim um quilómetro que ela tem. O seu comprimento, a distância entre as duas margens deste tabuleiro, o intervalo é de 116,56m.
A altura, a sua elevação, da aresta das guardas à superfície da água, a medida é 8,40m; a largura da ponte, tomada nas abóbadas, 6,71; diâmetro de um arco, 8,95; altura das aduelas dos arcos, 1,00; menor espessura destas, 0,45; largura das guardas, 1,05; altura das guardas sobre o pavimento, 1,35.
Os cunhais, num dos cunhais que fecham o arco principal, existe esculpida uma meia-lua, possivelmente referente a um dos lugares, por onde, esta via militar romana passava, possivelmente vos direi amigos meus, Abelterium ou Aritium Praetorium.
Situada e se estendendo sobre a ribeira de Seda amigos meus, a 12 quilómetros da mui bonita a doce vila de Alter, na estrada que vai desta vila a Chança e a terras de Ponte de Sor, ela está ela, majestosa, que é ponte, é a ponte de Vila Formosa.
Foi lá assim que é muita longe, no tempo dos compadres romanos, os compadres que vinham construindo uma via militar que vinha de Lisboa, ao chegarem a estas melosas terras, lá certamente aguentaram os cavalos, lá coçaram na cabeça sua, que certamente lá decidiram, vamos agora fazer uma, uma ponte para toda a eternidade. A fizeram…
Depois, sentindo a obra que é obra perfeita, compadres eles lá seguiram, eles lá partiram. Partiram para terras de Espanha, para as terras de Mérida, eles lá passaram a ribeira de Seda, eles cá deixaram Ponte de Vila Formosa.
Fonte: De Páginas Arqueológicas, Félix Alves Pereira, Vol. VII, 1912.
Bom Dia Alentejo!
 
 
 

Bom Dia Alentejo, Arronches, Ponte do Crato em Arronches, Rio Caia diz olá menina minha

 
Foto: Martinho Manuelito, http://www.panoramio.com/photo/34632475
Edificada no século XV, esta ponte atravessa o rio Caia. Serve a estrada que vai para Assumar. É formada por seis arcos de volta redonda, em grossa alvenaria com cilhares e aparelhos de granito em blocos talhados.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, a Lenda do Vale do Peso, Vale do Peso, a terra navega na Cidade do Peso

 Em http://aletradeumalentejo.blogspot.pt/search?q=Rodo#.U7rbsU1OVdg amigos meus do mundo, já se lhe tinha dado, a origem do Vale do Peso. Uma aldeia nas terras alentejanas do concelho do Crato.
Hoje lhe daremos mais qualquer coisa, a dar seguimento a uma Lenda de José Leite de Vasconcellos.
Uma tradição assegura, a terra do Vale do Peso está assente sobre as ruínas de uma outra povoação, a que se chamou  a “cidade do Peso”.
 
O nome vem assim no tempo de uma pedra em forma de airosa, que na sua configuração fazia lembrar um peso antigo…
Sobre o atrás deixado, sobre a “cidade do Pezo”, o Reitor Cura Jozé Nunes Fidalgo, na terra do Val do Pezo, a 5 de Outubro de 1759, nas Memórias Paroquiais, ele que lá escreveu “…antigamente se chamava = a cidade do Pezo, segundo a tradisão vulgar, que nesta freguezia se conserva, tomando o nome de hũa formoza, e bem paresida pedra, a qual existe junto desta aldea já quebrada, porque em a sua circumferencia tem a ambisão dilligenciado com profundas cavas encontrar os trezouroz, que ahi suppoem oz naturaes, que ficarão ócultoz na destruisão da cidade; porem não consta que se tenhão encontrado, mais, que ruinas de mayor povoasão da que hoje se conçerva, e se ignora totalmente o tempo da sua antiga existencia, e destruisão”.
Fonte: [ANTT, Memórias Paroquiais, vol. 38, nº 52, pp. 275 a 280]

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Chança, Lenda da Ponte de Vila Formosa, Alter do Chão, o Verbo lá venceu o Caos

Era uma noite escura de Inverno. A ribeira levava uma grande cheia, a água era turva e arrastava no seu caudal troncos de freixos e faias arrancadas das margens, lá de cima, donde ela nascia.
Não se via vivalma naqueles cabeços. Tudo deserto, tudo triste e monótono, e a água continuava a cair, engrossando mais a torrente da ribeira, que rugia lá em baixo, como se ainda não estivesse satisfeita.
Aquele inverso destruíra tudo. Não havia naqueles arredores, a mínima pastagem e os pegureiros tinham de imigrar para as bandas de Espanha, onde o Inverno não fora tão rigoroso. De manha cedo, ainda o Sol não raiava no horizonte, um pobre pastor, com o gado a cair de fome, encontrava-se na margem esquerda da ribeira e, para lhe dar de comer, tinha de atravessá-la. Mas como, se a ribeira ia cheia, e meter-se à água era uma loucura, uma verdadeira temeridade?
Um trovão enorme ecoou, cortando o silêncio daquela noite tenebrosa e, ao pé do zagal, apareceu o Diabo, que, conhecendo a sua aflição, o veio tentar.


Construiria uma ponte, disse-lhe ele, desde o pôr-do-sol até à meia-noite, isto é, até que o galo cantasse três vezes, com a condição de o pastor lhe dar a alma. E apresentou-lhe um papel, onde os dois assinaram com o sangue de cada um.
No outro dia, logo que o Sol se pôs, veio o Diabo, com toda a sua gente, construir a ponte, não faltando assim ao que prometera.
O pastor, porém, pensando bem, arrependeu-se de entregar a alma ao deus malvado dos infernos e começou a chorar, lamentando a sua triste sorte. E assim foi encontrar Nossa Senhora que, condoída dele, lhe disse:
- Quando faltar colocar a última pedra na ponte, atiras este ovo fora, para o pé do Diabo.
Dizendo isto desapareceu numa nuvem de fogo para nunca mais ninguém a ver.
Começaram todos a trabalhar. Quando cantou o galo pedrês o Diabo disse a sua gente “Venham pedras a duas e três”; mais adiante, quando a ponte já estava a meio, cantou o galo branco, o que fez dizer ao Diabo “Desse ainda me não espanto”.
O pastor, sempre alerta, quando notou que faltava colocar a última pedra, atirou o ovo, que Nossa Senhora lhe dera, pela ponte fora e dele nasceu um galo preto, que anunciou ter dado a meia-noite, com o seu canto. O Diabo ao ouvi-lo disse “Com este não me meto” e fugiu não querendo saber do contrato que fizera.
Para testemunhar isto, - José Leite de Vasconcellos, Contos Populares e Lendas II, Coimbra, por ordem da Universidade, 1966, p. 789, ele ainda regista – diz o povo, lá se encontra ainda a pedra, ao pé das guardas, dizendo-se que cai todas as vezes que a colocam no seu lugar.
 
Bom Dia Alentejo!

domingo, 6 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Cuba, Topónimo de Cuba, a Torre foi para o céu, a terra que lhe fica o Tonel

 

Esta vila e concelho alentejano do distrito de Beja tem uma designação que não é vulgar na toponímia portuguesa.
Cuba é também nome comum, espécie de balseiro, dorna ou tonel, e, como tal derivado do latim cupa..
É possível que se identifique etimologicamente o topónimo e nome comum, hipótese que pode ser prejudicada pela circunstância de haver a república americana de Cuba, onde a designação, evidentemente espanhola, terá tido talvez a mesma origem.
Mas outra hipótese de mais probabilidade se nos depara: Cuba deve ser nome arábico, isto é, derivado do árabe Coba, pequena torre, que, assim será o significado etimológico do nosso topónimo, bem como do seu homógrafo hispano-americano.
Dos Topónimos e Gentílicos, de Xavier Fernandes, Vol. II (1944) – Pág. 293


Bom Dia Alentejo!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bom Dia Alentejo, Apodo de Monte da Pedra, a terra do Crato, a batata que salta alto da terra

  
Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgohYn6gsmflR99n0Qq8Tb0xZURBIPUSiMU1U8K014GESx6ATWJWnJuerBR270vvCSH4GOCgBcxg8T7gaJm1KEcUNmdGrgeeCYuEabnpN8ZSO7abvf5EtgFWypEtnn5j48HYkxEj5mv2A/s1600/Fotografia0044.jpg
O gentílico da terra de Monte da Pedra é Monte-Pedrense.
No tocante a este povo e a estas gentes amigos meus do mundo, aqui nesta aldeia e freguesia destas terras do Crato "Os seus habitantes são apodados de Batateiros. Será por fazerem grande uso do cultivo da batata?
Há muitas localidades no nosso País, em que os seus naturais e residentes têm tal apodo. Ainda no nosso distrito, mas no concelho de Nisa, Alpalhão, aplicam aos seus habitantes o anexim Batateiros. Julgo que tanto numa localidade como noutra será devido ao frequente cultivo da batata.
Haverá outra razão?
Ignoro.
Nas investigações que fiz, nada encontrei a tal respeito."