quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, a Lenda da Costureirinha, a Promessa que não lhe foi paga

 
 
Conta esta lenda, a Lenda da Costureirinha, a história de uma costureira que tinha uma filha em idade de casar e resolveu dar-lhe, como prenda de casamento, uma máquina de costura.
A costureira, não tinha posses para pagar a máquina no acto da compra. Ainda assim, conseguiu adquirir a máquina ficando de pagá-la mais tarde.
Pouco tempo decorrido, a costureira morreu, não podendo por isso pagar a dita divida.
Ainda hoje, em algumas casas da freguesia, se diz ouvir “o trabalhar da máquina da costureirinha”.
 Reza a tradição que, o espírito da costureira não terá descanso, devido ao facto de ter morrido sem ter pago a sua divida.
 
Fonte: António J. Gonçalves, Monografia da Vila de Almodôvar, Associação Cultural e Desportiva da Juventude Almodovarense, s/d , p.123-124
 
Bom Dia Alentejo!
 
 



terça-feira, 29 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Nisa, a Lenda da Faiopa, a água a levou



Defrontavam-se nas duas margens do Tejo — reza a tradição —  dois castelos, ali postos para domínio e guarda de terras, cujos senhores militavam em campos adversos: um, defensor do Evangelho; o outro, sectário do Corão. Visigodos e mouros digladiavam-se então em pugnas ferocíssimas, alongando-se por contínuas algaras e fossados e deixando à guarda dos seus castelos inacessíveis a fragilidade das mulheres e a inocência das crianças.
Ora sucedeu que D. Urraca — esposa de certo fidalgo cristão — enquanto este acutilava agarenos, se esqueceu, no seu castelo das Portas de Ródão, do que devia à honra de quem tão denodadamente combatia. E, perdidamente, tresloucadamente, precipitou-se nos braços de um nobre da mais alta linhagem mourisca, que trocara os rigores da guerra pelas blandícias da infiel. E diz a lenda que o buraco da Faiopa era o extremo da passagem subterrânea utilizada pela dama cristã, quando saía do castelo para, de barco, ir em demanda do mouro que a perdera.
Viveram longo tempo em descuidosa e absorvente paixão. Mas, certo dia, o marido atraiçoado aparece inesperadamente e, em vez das dúlcidas alegrias do lar, a que lhe davam direito seus feitos de estrénuo batalhador, esperam-no a infâmia e a desonra. A adúltera sofreu então o justo castigo da infidelidade: Foi no mesmo pego — sobre cujas águas ela diariamente passava a caminho do castelo fronteiro —  que o marido ultrajado a precipitou, depois de lhe atar ao pescoço pesada pedra de moinho.
E nos torvelinhos do pego de D. Urraca — nome por que ainda hoje é conhecido — lá se afundou para sempre a desvairada.
A sua alma por ali anda penando, entre as fragas e ruídos do cachão, em lamentos de dor e gritos de desespero, que se perdem na solidão daquelas quebradas e penedias.


Fonte: José Francisco Figueiredo, Monografia de Nisa, Câmara Municipal de Nisa, 1989 , p. 287-288
Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpKd8P4k46qwK22Bc3LOp_-MthyphenhyphenMXYTbKFD2A5ZtdMSM-SOMJoIedjTO4jK6SCBPC04H-UTB32OJ8viVTKIUAlNEi__vSIeHy52ynYZT0_S6Ni57sSA6m1BbqAbFfRcB9Cjrp9dIxEEWrJ/s1600/dulce.jpg

Bom Dia Alentejo!

domingo, 27 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Estremoz, Convento de São Francisco, Milagre das tochas


É de tradição que no convento de S. Francisco de Estremoz, no princípio da religião seráfica, sucedeu um portentoso milagre de vinte e nove tochas acesas sobre o telhado do clero do dito convento.
Pedro Bom, natural da vila, ao tempo do acontecimento a entrar na adolescência, observou pela meia-noite que, sobre o telhado daquela casa conventual se acendiam variadíssimas luzinhas que, aos poucos, ganharam a forma de chamas e, por fim, de tochas. Num movimento constante sobre o telhado pareciam dobrar-se, tomavam formas humanas, pois o movimento mais parecia um ritual de solenes exéquias.
Pedro Bom ficou profundamente emocionado pelo portento do acontecimento e muito mais ainda quando, contando-as uma a uma, verificou serem ao todo vinte e nove religiosos que habitavam no referido convento de S. Francisco da vila.
 

 
Fonte: Lendas e Outras Histórias Estremoz, Escola Profissional da Região Alentejo / Núcleo de Dinamização Cultural de Estremoz, p.21-22
Foto: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b7/Igreja_e_Convento_de_Sao_Francisco_(1).JPG

Bom Dia Alentejo!

Bom Dia Alentejo, a Lenda de Santo António dos Arcos, no sebúrbio de Estremoz, a Arcos

 
Segundo informação recolhida no local, a igreja de Arcos, consagrada a Santo António, terá sido fundada no século XV ou início do século XVI.  Há notícias da sua existência no início do século XVI e alguns dos seus elementos são atribuídos a esta época, nomeadamente, o portal de mármore, debaixo do alpendre frontal e os azulejos que se encontram no interior.
 


Mas nos subúrbios amigos meus, da cidade de Estremoz, há uma freguesia chamada Arcos. Conta aquela gente ali residente a seguinte lenda:
Junto duma fonte ali existente estava uma mulher chorando, pois ia à fonte e chorava amargamente pelo seu filho estar em perigo de vida.
Diz-se que apareceu Santo António e lhe perguntou:
- Porque choras?
Ela respondeu-lhe.
- O meu filho está gravemente doente. Está às portas da morte.
Serenamente, Santo António respondeu-lhe:
- Vai sossegada para casa, que o teu filho está curado. A tua fé te salvou.
Nesse mesmo lugar foi mandada erguer uma igreja há aproximadamente três séculos, chamada a igreja de Santo António dos Arcos.
Lia “Lendas e Outras Histórias Estremoz, Escola Profissional da Região Alentejo / Núcleo de Dinamização Cultural de Estremoz,  p.73-74”
 

sábado, 26 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Fonte D`Alter, Aldeia da Malta, a terra do sorriso a unir

Esta fonte é muito simples, com as bicas e um enorme bebedouro, onde antigamente os animais bebiam quando por ali passavam... Uma das fontes de Aldeia da Mata, situada na estrada da Estação e que liga Aldeia a Alter do Chão...talvez daí o nome...
Via “Ana Carita”
Esta fonte, embora tivesse mudado de local, não mudou de nome. A sua origem foi de mergulho, e situava-se no antigo caminho do apeadeiro, junto à parede que divide as tapadas dos Senhores Narciso Jorge e Henrique Gomes Branco".
Lia “A Nossa Terra, João Guerreiro da Purificação, Associação de Amizade e Terceira Idade, Aldeia da Mata, 2000”
 
Bom Dia Alentejo!

Bom Dia Alentejo, Topónimo de Ponte de Sor, a uma Lá passagem

Está edificada em solo plano e pouco mimoso, junto do rio Sor, que aqui tem uma ponte. O nome provém-lhe desse rio, e da respectiva ponte…
(Do Domingo Ilustrado, Vol. III (1899) – Pág. 635).
 
Foi um território importante desde a época romana, integrado que estava na terceira via militar romana que de Lisboa se dirigia a Mérida. Parece datar desta altura a fixação do nome da terra, devido à existência de uma Ponte, construída por aquele povo, sobre o Rio Sor.
Terá sido erguida no terceiro milénio depois de Cristo, no tempo do imperador Marco Aurélio Probo, constituindo-se então no maior monumento de toda a estrada romana até Mérida.
Tinha dez arcos de volta redonda, muito semelhantes aos da Ponte de Seda, ou Vila Formosa.
Apesar de forte, - amigos meus – já não existia em 1438, aquando do início da construção das muralhas da vila.
Foi um território importante desde a época romana, integrado que estava na terceira via militar romana que de Lisboa se dirigia a Mérida.
O seu nome parece também vir desse período: está relacionado com a existência de uma primitiva ponte sobre o Rio Sor, muito provavelmente no terceiro milénio da nossa Era.
A ponte desapareceu entretanto. Segundo alguns autores, aqui se situava a cidade romana de Matusaro.
Dicionário Enciclopédico das Freguesias.

O nome deriva-lhe do rio e de uma enorme ponte de pedra construída pelos romanos, de que não restam vestígios.
Perde-se na noite dos tempos a data da sua fundação, ignorando-se quem foram os primeiros fundadores.
Sabe-se por um marco miliário que existe no Museu Arqueológico dos Jerónimos e que foi encontrado na estrada em direcção a Alter do Chão, que a ponte já existia no tempo do Imperador Marco Aurélio Probo, que foi aclamado pelas suas tropas no ano 276 de J. C., e por elas morto em 282.
– Aqui existiu a povoação de Matusarum que alguns escritores dizem ter sido uma cidade, que era uma das estações do percurso da 3.º via militar romana de Lisboa a Mérida, e demora entre as estações de Aritium Pretorium (Benavente) e Abeltério (Alter do Chão).
(Das Notas Históricas e Descritivas do Concelho de Ponte de Sor – por Primo Pedro da Conceição – inserto na Pág. 898 do tomo II do Álbum Alentejano).

 Bom Dia Alentejo.

Foto: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=460892933965467&set=a.262939623760800.69012.100001342941971&type=1&theater

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, a grande Crato, a terra do Vale do Peso nascia no Rodo


No sítio de Rodo (leia-se Ródo) foi o antigo Vale do Peso e ainda lá há alicerces. As crianças morreram todas com a quantidade de formigas que apareceram; as mães deixaram as crianças em casa e quando voltaram acharam-nas cheias de formigas. Por isso a povoação se mudou para o actual Vale do Peso, concelho do Crato.

Fonte: José Leite de Vasconcellos, Contos Populares e Lendas II Coimbra, por ordem da universidade, 1966, p. 868
 
 Bom Dia Alentejo!
 
 
 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Sousel, Topónimo de Sousel. Eia vamos a ele

Foi fundada por o famoso condestavel, D. Nuno Alvares Pereira, em 1387. Consta que foi este mesmo D. Nuno que lhe poz o nome, porque, estando para dar aqui uma batalha aos castelhanos, lhe vieram dizer (quando elle estava orando) que o inimigo se aproximava – ao que elle, apromptando-se para a peleja, respondeu – «Ora, sus a el» fraze commum n’aquelle tempo, e como quem diz – Eia! vamos a elle.

Fonte: PINHO LEAL, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo IX, p. 453
 
Bom Dia Alentejo!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Aldeia da Mata, a lei das migas nasceu no Crato

A lei das migas foi feita por trabalhadores do campo para eles mesmos. Também havia multas e penas leves que tinham que ser cumpridas por faltas que eles faziam à hora das refeições.
Não vou falar das migas que o trabalhador fazia para si ou para dois ou três, mas das migas para dez, quinze ou vinte homens, com preceitos a cumprir.
Faziam-se as migas numa caldeira ou num tacho, que depois de feitas ficavam na caldeira. Era esta retirada do lume e colocada em cima de uns cepos para dar mais altura.

Feito isto, e chegada a hora da refeição, os trabalhadores colocavam-se à volta da caldeira; mas o tamanho desta variava, conforme os trabalhadores a comer, e só depois de estarem nesta posição e com a colher na mão, podiam começar a refeição, mas da seguinte maneira.
Tinham de comer com o boné ou o chapéu na cabeça e só assim podiam dirigir-se à caldeira e tirar uma colher de migas, mas sempre do seu lado, e aí desse que tirasse migas do outro lado de outro colega, depois afastava-se um metro ou mais.
O trabalhador podia voltar as costas à caldeira e ir comer a colher das migas para o seu lugar, e ao acabar o que estava na colher, tornava a fazer o mesmo até ter vontade ou haver na caldeira.
Não era permitido falar perto dela.
As multas variavam.
Uns dias eram sardinhas, outros era vinho ou bacalhau, e tinham que chegar para todos comerem e beberem da multa.
Este uso era cumprido pelos trabalhadores, e muito respeitado, como se jurassem não partir a corrente que vinha dos antigos camaradas.
 
Fonte: A Nossa Terra, João Guerreiro da Purificação, Associação de Amizade e Terceira Idade, Aldeia da Mata, 2000
 
Bom Dia Alentejo
 
 
 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, a Oliveira dos Namorados, amados no amor ardente, a pura terra das terras do Alvito

 
"Oliveira dos Namorados" que hoje se encontra no largo Dr. João Fernandes da Silveira, esta fotografia, a árvore, a oliveira ainda estava no local original.
Esta oliveira é conhecida como a Oliveira dos Namorados, por alguns casais namorarem no seu interior, antes de ter sido trazida da Serra para a Vila de Alvito. Presentemente plantada junto ao castelo (pousada) de Alvito, esta anciã, provavelmente milenar, foi transplantada para este local nas últimas décadas.
 
 
Como se pode constatar pela imagem anterior, o seu tronco é oco e está completamente aberto, sendo composto de três partes. Apesar disso, a árvore aparenta um bom estado vegetativo.
O seu P.A.P. é de 6,28 metros, mas a respectiva copa não apresenta porte significativo, provavelmente devido a podas recentes.
No entanto, é um dos exemplares referidos no notável trabalho de levantamento feito pelo engenheiro Ernesto Goes, no livro "Árvores Monumentais de Portugal".


Por fim, numa ligeira, por Aviso nº 1 de 7/01/2010, da Autoridade Florestal Nacional, informa-se que foi classificada de interesse público uma árvore da espécie Olea europaea L. var. europaea, vulgarmente conhecida por oliveira, existente junto ao Castelo de Alvito, actualmente Pousada de Portugal. Uma história a ter um final feliz, ai no meu país...
Fonte:
(http://alvitrando.blogs.sapo.pt/1338962.html
http://arvores-do-sul.blogspot.pt/2008/07/oliveira-dos-namorados-do-alvito.html
http://www.freguesias.pt/portal/destaque.php?cod=020301&id=1171

Bom Dia Alentejo!
 

Bom Dia Alentejo, Coreto do Crato, uma terra do Crato para visitar


A sua construção data de um período entre 1930 e 1940, possivelmente uma iniciativa da Câmara desse tempo., que é a actual proprietária.
No local existiu uma igreja que se julga ter sido dedicada a Santo Amaro e, segundo testemunhos orais, foi autora do projecto do coreto a Arquitecta Levina Ferreira.
Obedece a uma planta octogonal com 2,80m de lado e fica à altura de 1,60m do solo. A cobertura deste coreto, em chapa de zinco, difere da de todos os outros pela sua forma em “abóboda”.
Construído em alvenaria de pedra e cal, com pavimento em argamassa de cimento, possui ainda um lindo portão em ferro forjado, que dá acesso a uma escadaria em pedra de granito.
Mantém iluminação própria e está em bom estado de conservação.
Situado no jardim da vila, rodeiam-no plantas de várias espécies e arbustos.

Fonte: Coretos do Norte Alentejano / Maria de Lurdes Ferreira Serra

 Bom Dia Alentejo!

domingo, 20 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Aldeia da Mata, a lenda da Laje do Ouro, uma terra que é bocado do Crato

Tem sido esta pedra motivo de muitas conversas desde os nossos antepassados. E quanto não se tem fantasiado, só pela simples razão de estar facetada numa parte, e com um arabesco em relevo que não tem parecença com coisa alguma. Mas dizem tratar-se dum ferrolho: seja ferrolho ou não há que respeitar o passado. (…).
Como é do conhecimento de todos, o progresso entre nós estendeu-se às entradas e caminhos. Lembro que a propriedade onde está o penedo da lenda, confronta ao Norte com o caminho da Laje do Ouro, como é conhecido entre nós, e o dito penedo entra no caminho.
Conhecido na Aldeia da Mata pela Laje de Ouro, é um enorme penedo de granito de forma arredondada, com cerca de 80 metros de diâmetro, e com a altura de metro e meio, na sua parte mais alta. A pedra como já foquei, é arredondada. Tem uma parte plana, rente ao chão, onde está, como que cinzelada à mão uma forma em relevo, a que chamam ferrolho. A parte mais alta do ferrolho, parece que está inserida nos lados de um quadrado, onde podemos ver da mesma maneira (como cinzelada), uma ferradura.
Na voz do povo, este ferrolho fecha um grande e maravilhoso tesouro de pedras preciosas e ouro.
Todo este tesouro pertencia a uma moura, a mais linda do seu tempo na sua localidade. Não obstante, sofreu um grande desgosto de amor, que a levou aos caminhos da vingança e do encantamento. Havia um homem por quem estava verdadeiramente aa paixonada, e pensava ser correspondida, o que não era verdade. Ele apenas estava interessado no tesouro e não na sua dona. Só que o não dava a conhecer, para um dia, não distante, se poder apoderar do magnífico dom que era uma enorme riqueza que a donzela possuía.
Após uns tempos de ilusão, e não sabendo como, alguém levou aos ouvidos da donzela a tão cruel verdade. Então ela foi esconder o seu tesouro, precisamente no sítio ainda hoje se encontra a referida pedra, deixando todavia, um encantamento: - Só homens corajosos te conseguirão levar. Quem te quiser possuir terá de vir só e de noite. Não necessitará de lanterna, porque o teu brilho dará tanta luz, como o sol, e tornará as trevas em dia.
Entretanto, algo iria mudar os acontecimentos. O apaixonado pelo tesouro, ao inteirar-se do que tinha acontecido, montou-se no seu cavalo e foi em sua perseguição, o mais rápido que foi possível.
Na obstante, só a conseguiu alcançar quando ela já estava a escavar para enterrar o tesouro. O cavalo corria tanto que ele não o conseguiu parar. Este atingiu a moura na testa, prostrando-a por terra onde ficou moribunda.
 


Ao sentir as agonias da morte, ela transformou-se num grande bloco rochoso, a fim de proteger da cobiça do maléfico homem o seu tão belo e precioso tesouro. Efectivamente, aquele enorme penedo que se vê não é mais que a moura Encantada; e ainda se pode ver o sítio onde o cavalo a atingiu. Ele é nada mais, nada menos, do que o sulco na rocha em forma de ferradura.
Um homem houve há muitos anos, que quis mostrar sua valentia, e ao mesmo tempo ficar rico para o resto da sua vida. Com efeito, numa noite de completa escuridão, e com todo cuidado, para não ser surpreendido, foi com enxadas e picaretas, em busca da tão falada fortuna.
Algumas horas, após muito ter escavado na rocha, uma voz que mais parecia um trovão, fez-se ouvir dizendo: - Homem, há muito que esperava por ti!... Todavia, pára de cavar, pois não terás a ventura de possuíres, nem sequer de completares tal tesouro!... Ele continuará aqui, por gerações e gerações, já que não há homens que não desconheçam o medo e a cobiça. Esta é a vontade da minha senhora, a moura mais linda das mouras…
O pobre do cavador, quando deixou de ouvir a voz, na obstante de estar cheio de medo, ainda encontrou coragem suficiente para perguntar: - E quem és tu que me ousas assustar? E a voz continuou: - Sou o guarda fiel do tesouro que minha dama e senhora, esconde sobe o seu encantamento.
O primeiro homem morrerá em presença de tanta beleza e riqueza; o segundo, será verdascado até ao último sopro de vida e o terceiro quebrará o encanto, e minha ama louvá-lo-á com um dos seus sorrisos, e com tanta fortuna, como aquela de que ela é possuidora.
Assim a Laje do Ouro continua a esconder o seu segredo, à espera de três homens desconhecedores do medo e da cobiça, ou melhor, de dois que queiram dar a sua vida em benefício do terceiro que ficará rico e quebrará o encanto.
Esta lenda foi recolhida por fragmentos, da boca de velhos já desaparecidos, e reconstruída por: João Guerreiro da Purificação e João Manuel Farinha.

Foto: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=540006472725004&set=o.184521331583622&type=3&permPage=1
Fonte: A Nossa Terra, João Guerreiro da Purificação, Associação de Amizade e Terceira Idade, Aldeia da Mata, 2000

Bom Dia Alentejo!

sábado, 19 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, Aldeia da Mata, Povo de Aldeia da Mata, o traje Alentejano ficará sempre


Ao entrar no grupo seu dos amigos de Aldeia da Mata, esta foto do amigo José Tapadas, ela repõe a justiça na terra alentejana aqui no norte, nestas terras do distrito de Portalegre.
Para quem tem pesquisado e tanto e sobre o traje alentejano e só encontrado uns desenhos em alguns bilhetes postais e muito poucos, esta foto do amigo José Tapadas não arrumando os cantos a esta grande casa que é Portalegre, ela pelo menos compõe um pouco a indumentária deste povo e o seu traje…
E eu meus amigos do mundo e eu vos destaco, o colete e a corrente de prata, ela destacar e a esconder, um possível relógio de bolso e também ele em prata…


Bom Dia Alentejo!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Bom Dia Alentejo, a Tolosa, Foral de Tolosa, a uma terra que é dos forais

O seu 1.º foral lhe foi dado pelo grão-prior do Crato em 1262. (Gaveta 15.ª maco 9, n.º 18). Este foral, tinha todos os privilégios do de Évora.
Deram-lhe outro foral, os cavalleiros de Malta, em 1281.
No 1.º foral, deram os hospitalários (maltezes) aos povoadores de Tolosa, além d´outras, uma herdade, na ribeira do Sôr, com o foro de duas dizimas; porém no 2.º, dizem os senorios - "E dêdes a nós de todo o froyto, que Deus dér, a dizima apiritual, de hum alqueire de trigo, por fogaça, e hum capom, por Sam Miguel, cada huum d´aquelles, que y fordes herdades" (Doc. da Torre do Tombo).
Os babitantes de Tolosa, gozavam os grandes privilégios de caseiros de Malta.
O rei D. Manuel, lhe deu foral novo (confirmando, em tudo, o antigo) em Lisboa, a 20 de Outubro de 1517. (Livro de foraes novos do Alemtejo, folhas 107, col. 2.ª e folhas 110, col. 1.ª) ...
E assim assunto o Pinho Leal escrevia, seu “Portugal antigo e moderno; diccionario ... de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias…”, o amigo o lá dizia.


Bom Dia Alentejo!

Bom Dia Alentejo, Gáfete, Apodo de Gáfete, Bom dia terras do Mundo


Eis os apodos aplicados aos gafetenses:
A) Potros
B) Gafanhotos
C) Centeeirinhos

A) Potros
Sobre o apodo Potros conta-se o seguinte:
As crónicas populares informam que, noutros tempos, quando as Juntas de Paróquia dispunham de vários terrenos sob a sua jurisdição uma houve em Gáfete (notável vila de São João Baptista de Gáfete), que resolveu para aproveitar as muitas pastagens de que dispunha, explorar a criação de gado cavalar.
Havia também a preocupação de problemas económicos a resolver e a visão dos problemas pecuários que hoje ocupam lugar evidente e de interesse acentuado.
Depois, ou porque houvesse concorrência grande, ou ainda, porque a saturação do mercado fosse manifesta, a exploração pecuária entrou em crise, e daí resultou que se começasse a dizer:
«Potros de Gáfete, que em cada feira valem menos».
Em defesa do que se acaba de dizer, acrescenta-se que há até um local na vizinhança de Gáfete ainda hoje conhecido por Vale das Éguas.~
 
 

B) Gafanhotos
A designação deste, deduz-se que seja uma derivação forçada da palavra Gáfete, e que nunca se verificou que os gafetenses fossem dados a saltões.
Acho que os designam assim, simplesmente por brincadeira, galhofa.

C) Centeeirinhos
Sabemos que o cultivo de centeio é importante na região.
Recorda-se ainda de se comer pão de centeio, que se consumia em grande escala.
Do trigo se fazia pão de luxo, que hoje é pão de todos...
 
Fonte: Alexandre Carvalho Costa, Crato, Gentílicos e Apodos
 
Bom Dia Alentejo!