sábado, 31 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, Elvas, o Forte de Santa Luzia, a uma galeria do poiol

 

O Forte de Santa Luzia, assim na ligeira mes compadres e minhas comadres,   situa-se a sul da Cidade de Elvas sobre um pequeno outeiro, constituindo hoje em dia um importante exemplar da arquitectura militar portuguesa, diremos do século XVII.

 
Transpomos este luminoso portal aberto à nossa curiosidade.


Porta de acesso à galeria.


Actualmente vai até ao antigo paiol de munições. 
Outrora fazia parte de um labirinto subterrâneo existente por debaixo das muralhas, conduzia á cidade para que as tropas se rendessem em caso de sítio quando estavam cercados.


Já no paiol  de munições o guia esclarece como a pólvora e outros explosivos eram aqui guardados.


Caminhamos novamente de regresso.

Avistamos já a porta de saída da galeria.

Cá fora paramos por quem vinha um pouco mais atrasado. Que para uma outra partida…

 Fonte: http://kanimambo-carlos.blogspot.pt


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, São Sebastião da Giesteira, a Lenda da Nossa Senhora da Boa Fé, a povo que lhe tinha fé


Esta igreja situada num alto, era rodeada de matos, murtas, carrascos e alecrins, bem como sementeiras de trigo, cevada, centeio e outras...
Dista esta de Évora, duas léguas e meia e viviam aí, nessa altura, duzentas e vinte pessoas maiores e cinco menores; havia mais, mas estas habitavam em terras de Montemor-o-Novo que faziam estrema com estas.
Ao redor, existiam a norte, à distância de meia légua, S. Sebastião da Giesteira, com a sua linda igreja e a sul á mesma distância São Brissos, onde há também uma ermida, a de S. Francisquinho e Nossa Senhora da Conceição.
Por defronte da igreja da Nossa Senhora da boa-Fé, passa uma ribeira que divide o termo de Évora com o de Montemor-o-Novo e que tem o nome de Ribeira da Boa-Fé, que vai correndo para sul, para S. Brissos.
Nesta ribeira havia moinhos que moíam o pão e um lagar de azeite, que moía com a água desta ribeira, junto à qual havia uma ponte que dava para serventia do povo e quase todo o ano corria por ter águas nativas.
A Senhora que é de madeira estofada tem um menino no braço direito que é feito da mesma madeira e tem na mão esquerda uma romã e na direita um baguinho que mete na boca.
Esta milagrosa Senhora era em tempos chamada de Nossa Senhora das Nascenças e como sempre fez muitos milagres; todos tinham uma fé enorme nela e passaram a chamar-lhe Senhora da Boa-Fé.
Aqui acorriam todas as pessoas que queriam pedir milagres.

Conta-se que nessa altura houve em Évora e arredores, uma grande peste e todos vieram em peso, rezar uma missa e pedir à Senhora, pela saúde dos doentes.
Então no meio da missa apareceu um anjo com uma espada ensanguentada nas mãos, limpando-a e metendo-a na bainha disse: “Vós sois bons, sois crentes, por isso Nossa Senhora os curou. Vão em paz e o Senhor vos acompanhe”.
Nesse instante todos sentiram que era verdade, estavam bons e todos a uma só voz, gritavam: “Vós Senhora, sois a Senhora da Boa-Fé, pois só a fé nos curou”. E foi assim que lhe foi mudado o nome.
No largo, ao pé da igreja, existe ainda um zambujeiro onde sempre penduravam as oferendas que iam oferecer em louvor de Nossa Senhora da Boa-Fé, Essas ofertas eram de todo o tipo: ouro, incenso, roupas, animais, havia de tudo ali.
Nesta lenda, afirma-se por ser verdade, que uma viúva de idade, tinha uma filha, a qual morreu ao dar à luz uma linda menina, que ficou a ser criada com a avó, que sem posses, a ia criando com as esmolas de leite que lhe davam; mas uma noite, já não tendo leite aconchegou a netinha ao peito e disse: “Meu Jesus, minha Nossa Senhora da Boa-Fé, ajude-me, para que eu possa criar a minha netinha”. Nessa altura sentiu os seios cheios de leite e foi então que criou a menina com o seu próprio peito.
Esta igreja tem também no altar-mor, São Pedro, S. Sebastião da Giesteira, S. Miguel e S. João Baptista.
Tem dois altares laterais onde está Nossa Senhora do Rosário, S. Brás e outro com o Senhor crucificado e também a imagem de Santo António e S. Bento.
Fonte: Lendas e Tradições, EBM's de Guadalupe, S. Sebastião da Giesteira e Valverde, págs. 19-20, Évora

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, Beja, a inauguração da Estátua da Rainha Dona Leonor, a esta que também Mãe

 
Diz a história compadres meus e que minhas comadres,  Rainha Dona Leonor é natural de Beja, assim pela e na terra do Alentejo. Sua existência pela vida terrena, assim nos anos 1458-1525 e que naquele tempo.
A 8 de Dezembro de 1958, no Largo da Conceição, defronte do Museu Regional de Beja, assim minhas comadres e que mes compadres, vos direi que foi inaugurada a estátua de homenagem a esta doce e querida mui Rainha.
Pai do projecto da obra e que também do desenho, o escultor Álvaro de Brée…

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, a Sobral da Adiça, Topónimo de Sobral da Adiça, o ouro que estava na serra

O topónimo de Sobral da Adiça que mes compadres e minhas comadres, no concelho de Moura, ele deveu-se a uma grande mina de ouro que houve na Serra da Adiça, da qual ainda se podem observar evidentes provas das suas galerias subterrâneas.
É muito provável que os primeiros exploradores desta mina fossem os Fenícios, depois os Romanos e que por fim os Árabes. Não consta ter havido trabalhos de mineralização desde o tempo dos Godos.
Foto: http://aloprando.com
Através de diversos documentos relativos a esta terra, Sobral era chamada de S. Pedro da Adiça. Que depois de uma profanação, a profanação da igreja de S. Pedro que ficava fora da aldeia, dá-se a mobilidade da sede da igreja para uma zona possivelmente rodeada por grandes sobreiros e também a orientação de culto passou a ser dirigida a Nossa Senhora do Ó.
 
A deserção de moradores destes montes para o local de Sobral da Adiça, minhas comadres e mes compadres, deveu-se certamente às inúmeras incursões dos castelhanos e a uma fertilidade das terras do actual aglomerado populacional.
E lá está ela. Dizem que está maravilhosa, esta menina…

Bom Dia Alentejo, a terra da Portagem, o Moinho da Cova, a Museu a Interpretação


O Centro de Interpretação Cultural e Ambiental do Moinho da Cova, como o próprio nome indica mes compadres e minhas comadres, ele está instalado num antigo moinho de água junto à Praia fluvial do rio Sever, na povoação da Portagem no concelho de Marvão.

A reconversão deste antigo moinho em equipamento de interpretação ambiental e cultural permite reproduzir mês compadres, de forma interativa, uma actividade secular e de elevada importância para a região, a moagem, ou não fosse o Alentejo o celeiro de Portugal.
O Moinho da Cova, - dando o seguimento - com uma localização privilegiada no centro de lazer da Portagem, passagem obrigatória de quem pretende aceder a Marvão ou deslocar-se entre Portalegre e Espanha, ele tem por objectivos apoiar o turismo, a cultura e as tradições locais.
É este edifício constituído por 2 andares, anteriormente, moinho no piso inferior e casa do moleiro no piso superior.

Actualmente, o piso inferior apresenta uma exposição museológica e interativa, permanente, dotada de moderna tecnologia, permitindo que “miúdos e graúdos” de forma interativa, através de ecrãs touch screen, vídeos e objetos, possam conhecer e reviver o passado, ajudando-os a melhor compreender a história e o dia a dia de um moinho de grão com algumas centenas de anos!
Está no piso superior instalada a loja TerriuS, empresa local dedicada à valorização dos produtos locais, como a Castanha de Marvão DOP, a Maçã Bravo de Esmolfe IGP, os Cogumelos da Serra de São Mamede.
Neste espaço comercial – pois compadres e minhas comadres - podeis encontrar algumas das melhores iguarias da região, o melhor vinho e artesanato que existe no Nordeste Alentejano, - o que se dirá – não deixa de ser sempre muita maravilhoso, a alma e que a coração.
Fonte: http://www.cm-marvao.pt/pt/historia-e-patrimonio/museus/moinho-da-cova

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, Marvão, Castelo da Portagem, Freguesia de Portagem, Castelo da Sr.ª da Rocha

 
No cimo do grande rochedo, cota de 514 m., que se levanta à saída da Ponte da Portagem no meio de duma curva do rio Sever, a 1,2 Km. a sul da vila de Marvão, existem os restos de uma antiquíssima fortaleza.
Dada a sua situação e natureza, trata-se de uma torre quadrangular, em bom estado de conservação, construída pelos Romanos, com o fim de proteger a ponte, que dava serventia à estrada militar que, vinda de Santarém e Castelo de Vide, prosseguia depois para Cáceres e Trujilho.
Fonte: Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, General João de Almeida
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, Nisa, Menhir do Patalou, o compadre que lá se levantou


Um menir - compadres e minhas comadres - com quatro metros de comprimento e um peso a rondar as sete toneladas ele foi reerguido na zona de Nisa, no Alto Alentejo, por uma equipa de arqueólogos e poderá ser visitado a partir de domingo.

O Menhir do Patalou, que se encontrava tombado, foi objecto de estudo e reabilitação por parte de uma equipa de arqueologia da Universidade de Évora, no âmbito de um protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Nisa, no distrito de Portalegre.

De acordo com os resultados dos trabalhos arqueológicos realizados em Julho deste ano, este menir foi erguido em meados do quinto milénio antes de Cristo, tendo sido talhado, transportado e erecto pelas primeiras comunidades neolíticas, no contexto de ancestrais cultos à fertilidade.

"Este é o segundo menir a ser tratado em toda a Europa ocidental e que vem provar que os menires são muito mais antigos do que o resto do megalitismo, sobretudo o funerário", explicou na quarta-feira Jorge Oliveira, professor de arqueologia, da Universidade de Évora. O Menhir do Patalou está situado junto a uma estrada que liga Nisa à albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre.


De acordo com o mesmo arqueólogo, o menir, que se encontrava tombado e intacto quando iniciaram os trabalhos, "é um dos mais volumosos" menires explicitamente fálicos da Península Ibérica, sendo, por isso, considerada uma peça "interessante".
Por forma a preservar integralmente a sua fossa de implantação e o sobreiro que junto se encontra, o Menhir do Patalou foi reerguido seis metros para norte, ficando assinalado com um marco de granito o local original da sua implantação.

"Este trabalho foi um sucesso do ponto de vista científico e vai ser um sucesso do ponto de vista da paisagem e do turismo arqueológico, porque é uma peça notável", disse. Existem naquela região alentejana vários menires e Jorge Oliveira acredita que poderá ser criado, no futuro, "um roteiro de visita" a estes monumentos.
Os trabalhos arqueológicos que permitiram a reabilitação do Menhir do Patalou estão inseridos num projeto de investigação denominado "Meganisa", aprovado pela Direção-Geral do Património Cultural.
Ao longo de quatro anos, a Universidade de Évora tem ainda como missão desenvolver naquele concelho alentejano outras ações de valorização e divulgação de monumentos megalíticos.

Na agenda estão trabalhos de estudo e valorização no Menhir e Dólmenes dos Sarangonheiros e nos monumentos megalíticos de São Gens e Senhora da Redonda, sendo para os arqueólogos um conjunto de espaços que oferecem "um singular roteiro" megalítico para a região.

domingo, 18 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, a terra de Cuba, a Fonte do Biabo, a um dizer a partida


Havia no centro da praça d’esta villa – de Cuba - , um pôço quadrado, de 8 metros de profundidade, coberto com uma abobada de 4,50 m. de altura sobre columnas. Chamava-se Fonte do Diabo.
O tecto interior da abobada tinha pintado S. Miguel e o Diabo. Era antiquissima.
O povo cria que de noite faziam os diabos, duentes, bruxas, fantasmas, etc, suas sinagogas dentro d’este pôço d’alli sahiam a fazer toda a qualidade de diabruras.
Acreditavam que, quem por alli passasse depois da meia-noite, sem fazer o signal da cruz, era agarrado pelos diabos e affogado.
A camara mandou demolir a abobada e entupir o pôço, em Setembro de 1854, e nessa occasião appareceram alguns cadaveres no pôço.
Fonte: Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873], p.tomo II, p. 454-455
Foto: http://historiaselendas.no.sapo.pt/pag-lenda/fonte_do_diabo.htm
 

sábado, 10 de outubro de 2015

Bom Dia Alentejo, Fonte da Bica, a Aldeia da Mata, a terra das mil fontes

 
As nascentes vêm de duas minas do terreno do Senhor António Marques, ou seja, do chão que fica em frente quando se sobe a azinhaga onde está a arca, a pouca distância desta.
Estas minas foram abertas pelo Senhor Joaquim Paté Caldeira (o Ti Torrado).

 
A arca desta fonte foi feita depois de ter havido um desastre na primeira. Um caso estranho e que passo a contar.
A primeira arca da fonte estava construída no meio da azinhaga, um pouco mais acima da direcção da actual, mas soterrada para o trânsito ficar livre.
Um dia aconteceu que uma vaca do Senhor José Durão, o antigo dono do terreno onde estão as minas, meteu as patas por entre os cascões de pedra que tapavam a arca. Depois, só com a ajuda de vários homens conseguiram tirar de lá o animal.
A Fonte da Bica, é das fontes da terra, a mais procurada pelo nosso povo. Há uns anos, antes de haver água canalizada e a Aldeia com mais população, a água dessa fonte no Verão era todos os anos muito pouca, o que originava a tão maçadora espera.
Fonte: A Nossa Terra, João Guerreiro da Purificação, Associação de Amizade e Terceira Idade, Aldeia da Mata, 2000