sexta-feira, 6 de junho de 2014

Bom Dia Alentejo, Borba, o Topónimo de Borba, ai foram os peixes

 
Para mim é ponto de fé que ela nasceu de alguém que tentando decifrar as antigas armas de Borba, e não o fazendo heraldicamente, achou por bem lançar essa, porque se o tivesse feito com conhecimentos de heráldica, chegaria à conclusão de que as nossas antigas armas eram bem mais racionais do que actualmente usadas pela Câmara Municipal, visto que os barbos naquela terem por missão tornarem mais saliente a abundância de água, que tanto caracteriza Borba, e estas assentarem sobre uma fantasiosa e absurda lenda, que tem a agravante de desaparecer ao mais simples raciocínio. E já que se escreveram estas descoloridas linhas, queremos também deixar expressa a nossa opinião, mas sem termos o propósito de nos Arrogarmos em autoridade sobre o assunto, visto partilharmos a do ilustre investigador Ver. Padre Gonzaga Vinagre, quando diz derivar o nome da nossa terra da palavra grega – Borboros – que significa – lama no fundo de água estagnada.
E como todos compreendem que não é crível que apareça milagrosamente um barbo dentro dum poço, então digamos sempre de futuro que não é do “Barbo” (peixe), mas sim de Borboro, Borba, que vem a origem do nome desta linda terra, que remonta aos primórdios da nacionalidade.
(Das Escavações do Passado - Origem do nome de Borba – inserto nos Brados do Alentejo, semanário estremocense, N.º 235, de 28 de Julho de 1935).
 
 

Vila e sede de concelho do distrito de Évora. Lemos algures que o nome resultou da transformação de “barbo”, conhecido peixe de água doce, mas só com muitas reservas reproduzimos o informe, mesmo a pesar de figurarem dois destas peixes (barbos) nas armas de Borba. A designação aparece também como potamónimo”.
(Dos Topónimos e Gentílicos de Xavier Fernandes, Vol. ll – 1944 – Pág. 286).

O nome desta vila não se sabe ao certo de onde provém. Os que buscam explicações em factos sem valor histórico, querem que ele venha de um barbo (peixe) aparecido, em épocas longínquas na fonte que está dentro dos muros castelo, ao pé da Igreja da Misericórdia . Outros não podendo suportar a ideia de um barbo só e abandonado na mencionada fonte, afirmam que eram dois os tais bichinhos. Se aparece por aí outro pescador de barbos, já serão quatro, e dessa forma levando o número sempre ao quadrado, concluiremos por admitir que os primeiros moradores da povoação eram todos peixes.
(Do Domingo Ilustrado, Vol. l (1897) – Pág. 181) .

Seus primeiros fundadores lhe deram o nome de Barbo, em razão de haverem achado dois desta espécie em um lago aonde está o castelo, os quais tomaram por armas da mesma vila, mandando-as esculpir em alguns lugares, porém ao presente só se vêem retratados nos espaldares das cadeiras da Câmara. Pelo decurso do tempo se veio a corromper o nome “barbo” em “Borba”.
(Das Memórias Paroquiais de 1758 tomo VII – Fl. 989 – apud O Arquólogo Português, Vol. ll – 1892 – Pág. 312) .

Bom Dia Alentejo!