Para mim é ponto de fé
que ela nasceu de alguém que tentando decifrar as antigas armas de Borba, e não
o fazendo heraldicamente, achou por bem lançar essa, porque se o tivesse feito
com conhecimentos de heráldica, chegaria à conclusão de que as nossas antigas
armas eram bem mais racionais do que actualmente usadas pela Câmara Municipal,
visto que os barbos naquela terem por missão tornarem mais saliente a
abundância de água, que tanto caracteriza Borba, e estas assentarem sobre uma
fantasiosa e absurda lenda, que tem a agravante de desaparecer ao mais simples
raciocínio. E já que se escreveram estas descoloridas linhas, queremos também
deixar expressa a nossa opinião, mas sem termos o propósito de nos Arrogarmos
em autoridade sobre o assunto, visto partilharmos a do ilustre investigador
Ver. Padre Gonzaga Vinagre, quando diz derivar o nome da nossa terra da palavra
grega – Borboros – que significa – lama no fundo de água estagnada.
E como todos compreendem
que não é crível que apareça milagrosamente um barbo dentro dum poço, então
digamos sempre de futuro que não é do “Barbo” (peixe), mas sim de Borboro,
Borba, que vem a origem do nome desta linda terra, que remonta aos primórdios
da nacionalidade.
(Das Escavações do Passado - Origem do nome de Borba – inserto nos Brados
do Alentejo, semanário estremocense, N.º 235, de 28 de Julho de 1935).
Vila e sede de concelho do distrito de Évora. Lemos algures que o nome
resultou da transformação de “barbo”, conhecido peixe de água doce, mas só com
muitas reservas reproduzimos o informe, mesmo a pesar de figurarem dois destas
peixes (barbos) nas armas de Borba. A designação aparece também como
potamónimo”.
(Dos Topónimos
e Gentílicos de Xavier Fernandes, Vol. ll – 1944 – Pág. 286).
O nome desta vila não se sabe ao certo de onde provém. Os que buscam
explicações em factos sem valor histórico, querem que ele venha de um barbo
(peixe) aparecido, em épocas longínquas na fonte que está dentro dos muros
castelo, ao pé da Igreja da Misericórdia . Outros não podendo suportar a ideia
de um barbo só e abandonado na mencionada fonte, afirmam que eram dois os tais
bichinhos. Se aparece por aí outro pescador de barbos, já serão quatro, e dessa
forma levando o número sempre ao quadrado, concluiremos por admitir que os
primeiros moradores da povoação eram todos peixes.
(Do Domingo Ilustrado, Vol. l (1897) – Pág. 181) .
Seus primeiros
fundadores lhe deram o nome de Barbo, em razão de haverem achado dois desta
espécie em um lago aonde está o castelo, os quais tomaram por armas da mesma
vila, mandando-as esculpir em alguns lugares, porém ao presente só se vêem
retratados nos espaldares das cadeiras da Câmara. Pelo decurso do tempo se veio
a corromper o nome “barbo” em “Borba”.
(Das Memórias Paroquiais de 1758 tomo VII –
Fl. 989 – apud O Arquólogo Português,
Vol. ll – 1892 – Pág. 312) .
Bom Dia Alentejo!