segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Flor da Rosa, Coreto de Flor da Rosa, a que uma aldeia no concelho do Crato

 

Tivemos pena.
Compadres e minhas comadres, o compadre diz a vossemecês, ele teve mesmo muita pena. Não conseguiu um compadre, - que terrível lá fogo - ele arranjar informação sobre a história do mesmo.
Mas compadre pensa, ele diz a vossemecês, é de uma construção muita recente, a história lá deste coreto…
Foto: entretejodiana.blogs.sapo.pt/tag/coretos

Bom Dia Alentejo, Odemira, Moinho de Odemira, 1874 a data

 
 


É pois compadres e minhas comadres, no Cerro dos Moinhos Juntos, pode-se observar o Moinho de Vento de Odemira, que pelo seu valor paisagístico, ele  constitui um verdadeiro ex-libris da vila de Odemira.
#drop-caps-56d3a5c4d5ead {background-color:#236e79 !important;}#drop-caps-56d3a5c4d5ead {padding:12px !important;}#drop-caps-56d3a5c4d5ead {color:#ffffff !important;}#drop-caps-56d3a5c4d5ead {fEste moinho, que provavelmente data de 1874, foi adquirido pela Câmara Municipal de Odemira em 1989. Depois de restaurado, foi contratado um moleiro para que o moinho voltasse a laborar de forma tradicional, sendo usado actualmente pela população local que aí pode comprar farinha ou moer grão, pagando pelo serviço uma maquia de 15% sobre a quantidade do cereal.
Os potenciais pedagógicos e turísticos do moinho têm vindo a ser valorizados pela autarquia, sendo muitas vezes utilizado para visitas de estudo e elaboração de trabalhos de alunos de vários estabelecimentos de ensino.
Para visitas de grupo ou ao fim-de-semana, é necessário contactar as secções da Cultura ou Turismo da Câmara Municipal de Odemira…
Fonte: Câmara Municipal de Odemira

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Serpa, Topónimo de Serpa, a Chebria

 

Da Tradição – Notas Históricas acerca de Serpa, do Conde de Ficalho (1900):
É Sheberina ou Cheberina identifica-se satisfatoriamente com Serpa. A tomada de Serpa, segundo os documentos cristãos, concorda plenamente com a Chebrina, segundo os árabes; e os dois nomes não são tão diversos como à primeira vista poderia parecer.
A palavra Serpa, adoptada pelo árabes dava naturalmente Cherba: primeiro porque o “s” inicial é frequentes vezes representada pelo “chin”, como em “Chantarem” Santarém, em “Chant-iacub” de Sant’Iago; segundo, porque o “p” medial falta no alfabeto árabe e é substituído pelo “b”. De Cherba teríamos Chebra por uma simples transposição de consoantes, habitual entre os mouros pouco letrados …
Nos tempos antigos, a palavra tomava muitas vezes entre cristãos a forma Serpia, que encontramos, por exemplo na inscrição do Marmeral do princípio do século XVL e em vários documentos anteriores; e esta forma daria em árabe – Chebria…
Mes compadres e minhas comadres, no presente, é apenas Indicado as semelhanças, deixando aos arabistas, pois que certamente, o cuidado de resolverem cientificamente este ponto.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, a Aldeia da Mata, Casa Museu de Aldeia da Mata, o concelho do Crato

 








 


É compadres e minhas comadres, a terra de Aldeia da Mata. A vossemecês se dirá, uma Freguesia no Concelho do Crato. Casa que foi assim pertencente ao Reverendo Padre Belo.
Uma casa que pretende dar a conhecer, todo o espólio artístico pessoal que o mesmo foi adquirindo, não só como colecionador de Arte, mas como apreciador.
Acervo do museu compadres, recolhido durante anos pelo Padre Belo, conta também com pinturas, presépios e outras peças de cerâmica...
Fonte: João Mendes, o blogue, “O Melhor Alentejo do Mundo”

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Azulejo, Estação, Estação de Comboio Marvão - Beirã

 
 





 



Fonte: comboios.org/forum/viewtopic.php?t=16029

Bom Dia Alentejo, a na terra de Santa Eulália, a no concelho de Elvas, a pedra que dança no chão

 
Foto: Facebook, Caminhos do Alentejo, Caeiro Maria Da Luz, ‎
Que depois fora da hora do serviço, http://aletradeumalentejo.blogspot.pt/search?q=Santa+Eul%C3%A1lia#.VtDJixbctdg que depois fora da hora de serviço, assim se vos dirá a vossemecês compadres e minhas comadres, assim  se dirá a vossemecês, já se lhe tinha apanhado um geomonumento ou assim talvez um bloco pedunculado, assim na terra de Santa Eulália, assim lá no concelho de Elvas.
Hoje, compadres e minhas comadres, dando seguimento no peito a que uma nobre causa, hoje eu que vos deixo mais um outro…
 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Ponte de Sor, a Ponte Pedonal, a esquerda para o centro tem a teia

 
 
Ponte de Sor tem uma nova ponte pedonal concebida como escultura interativa pelo artista plástico Leonel Moura. Equipada com sensores de aproximação e luzes LED, a iluminação muda de cor à medida que a estrutura tubular é atravessada por peões ou ciclistas.
A ponte metálica inteira, com 32 metros, foi colocada sobre o rio Sor, ligando a margem esquerda e o centro daquela cidade do Alto Alentejo, com a ajuda de uma enorme grua.
 
 
Quem por lá passar terá a sensação de estar dentro de uma teia. Composta por um conjunto de aros interligados por uma treliça complexa, a ponte gera uma sensação de movimento ao fazer uma ondulação ligeira.
 

"Considerando o enquadramento paisagístico, nomeadamente a requalificação urbana que tem sido efetuada na zona ribeirinha, considerei que uma nova ponte, em tal contexto, devia ser mais do que uma simples estrutura de atravessamento, para se tornar um elemento de valorização do local", explica Leonel Moura...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, a terra de Vendas Novas, o Moinho de Vendas , o passageiro que a rodar

 

Moinho de vento típico da tipologia portuguesa da idade média. Único exemplar conhecido no concelho de Vendas Novas. Presume-se compadres e minhas comadres, que ele seja do séc. XIX.
É composto pois compadres, por um aparelho motor, o velame e um mastro com engrenagem que assegura a rotação das mós. A torre é em alvenaria com o capelo (telhado) rotativo e um sarilho no seu interior, dispositivo que funciona como um volante…

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Mourão, as Chaminés de Mourão, a tocar sinfonia que a olhar o céu

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma das grandes riquezas patrimoniais da vila de Mourão são as dezenas de chaminés mouriscas que lhe permitem apresentar uma arquitectura urbana bastante singular e distinta das povoações vizinhas.
No "Inventário Artístico do Distrito de Évora", Túlio Espanca chama-lhes "pitorescas chaminés de fuga cilíndrica", assinala a sua edificação nas construções civis de feição popular e sublinha o seu carácter "'absolutamente diferenciado das do Alto Alentejo" aproximando-se mais das tradicionais chaminés algarvias.
A origem árabe destas chaminés assenta na tradição popular não existindo qualquer fonte histórica que o permita confirmar.
Os desenhos panorâmicos de Mourão publicados no “Livro das Fortalezas” de Duarte de Armas, no início do século XVI, não nos mostram qualquer chaminé com estas características o que, em todo o caso, poderá apenas significar que estas construções não mereceram a atenção do autor. Independentemente da sua origem, a paisagem urbana de Mourão é hoje marcada por estas 'chaminés cilíndricas, as maiores das quais com três metros de altura e um diâmetro de um metro, outras um pouco menos imponentes.
“Pode afirmar-se que o seu tamanho era também uma representação do estatuto social de quem a mandava edificar. Ainda hoje se vêm em Mourão duas chaminés numa mesma casa, uma casa abastada para a época", aponta Regina Branco na âmbito de um trabalho efectuado no Departamento de História da Universidade de Évora.
Por regra, a chaminé, cuja abóbada era construída em ladrilhos de barro unidos com cal e gesso, ocupava um lugar de relevo no interior da habitação. Situada geralmente na entrada da casa, a sua grande dimensão permitia-lhe outras funções para além das habituais, sendo um espaço de convívio entre os moradores e um local adequado para receber os visitantes.
Fonte: jf-mourao.pt/a-freguesia/patrimonio


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, as Carvorias, a comer Feijão Preto, com toucinho e pouco mais

 
 
O meu pai, que na sua juventude também tirou cortiça e fez carvoarias por esse Alentejo além, como a maior parte das pessoas da sua geração, contava-me que as frugais refeições tomadas durante os longos períodos que os comendenses passavam fora de casa, para executar essas rudes tarefas e ganhar o pão de cada dia, eram, essencialmente, compostas por uma pratada de feijão frade cozido acompanhada por umas talhadas de toucinho frito. Ritual que se repetia, no dizer do meu progenitor, três vezes por dia, durante semanas a fios.
 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Sarapatel, Sopas de Sarapatel, ai vai vai

Mas falemos do sarapatel, compadres e minhas comadres, mas falemos do sarapatel, do genuíno prato da região alentejana, ai ele feito com o pão caseiro, com a carne, as vísceras e o sangue de borregos criados, ai criados nos nossos campos alentejanos. Ai mas eu vos o diga, que bom e belo que assim muita saboroso…
O primeiro cuidado a ter na pré-preparação do sarapatel, tem a ver, compadres e minhas comadres, obviamente, com a escolha do borreguinho (refira-se que há quem o prepare, sem desvantagem, com cabrito), ao qual vamos extrair os elementos cárnicos adequados à execução do pitéu; que, regra geral, se cozinha para largo número de comensais, já que o sarapatel é um prato convivial, um prato de festa.
Dizíamos, pois, que o anho (ou o cabrito) tem de ser um animal saudável e bem nutrido. Depois da matança, esquarteja-se o bicho, separando os nacos nobres (que se utilizarão noutros pratos) daqueles que vamos utilizar no sarapatel: as partes mais gordas da barriga, as costelas, a fressura, o fígado, o coração, além, naturalmente, do sangue.
 

O sangue é cozido à parte (com um pouco de sal) e reserva-se. Depois (ou ao mesmo tempo) faz-se, num tacho grande, um refogado tradicional com azeite, sal, cebola, alho, louro, colorau, salsa, picante e um copinho de vinho branco. Os ingredientes aqui mencionados entram no preparado em proporções que até a mais inábil cozinheira conhece.
Quando compadres e minhas comadres, tudo isto começa a aloirar, adiciona-se a carne, mais as vísceras seleccionadas, além do sangue cozido esfarelafo. Rectifica-se de sal. Deixa-se cozer –em lume brando- o tempo necessário, juntando água (tépida, de preferência) em quantidade razoável e prova-se; até que, finalmente, o cheiro e sabor nos indique que o divinal caldo (mais a carne que lhe dá consistência) está pronto para regar as fatias de pão que, entretanto, havíamos cortado e colocado numa travessa de tamanho adequado. Enfeita-se com raminhos de hortelã.
O sarapatel, pois se pedindo a vossemecês compadres e minhas comadres, pois se pedindo, deverá ser sempre acompanhado, preferencialmente, com vinho tinto da região alentejana, que, como todos sabeis, é mesmo muita bom.
Fonte: Manuel Monteiro da Silva

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, Montargil, Topónimo de Montargil, a terra dos três forais


Sobre a origem do nome Montargil existem várias versões todas elas credíveis:
 
a)      Montargis, pelo facto do Alentejo ter sido povoado pelos nossos primeiros reis, que para o efeito deram muitas terras aos cruzados que passavam pelo nosso país. Existindo em França uma cidade chamada Montargis, e sendo alguns desses Cruzados naturais desta região francesa é de presumir que um desses aventureiros fosse de Montargis e por ser senhor desta povoação ou simplesmente morador dela, impusesse o nome a esta vila. Esta versão é credível, uma vez que nas proximidades desta vila, em Montalvo do sor estabeleceu-se uma colónia de francos.
b)      Monte Argila , visto a constituição geológica do terreno em que assenta ser de barro.
c)      Monte Argel, significando Monte do Infeliz, porque Argel significava infeliz. (pouco provável)

Hipótese A
O nome de Montargil conduz a fundação da vila não ao tempo de D. Dinis, mas ao tempo de D. Sancho I I. Este rei faz a doação de Montalvo do Sor aos francos, anterior à fundação enquanto localidade ( 1223 -1245). Esta doação surge na sequência da preciosa ajuda que os cruzados de Montargis haviam dado na reconquista cristã. O objectivo da doação, a julgar pelas outras feitas seria não só recompensar os cruzados como manté-los nas terras doadas defendendo esta terra de possíveis ataques mouros, que nesta época eram uma constante.
 
Entrando no domínio da especulação, podemos mesmo admitir que a terra doada por D. Sancho II aos francos iria da zona de Montalvo do Sor até à região mais tarde denominada de Montargil. Sendo esta última a zona mais elevada, era sem dúvida o local indicado para erguer uma castela, local que já tinha sido utilizado por povos anteriores.
Hipótese B
Algo que nos possa intrigar é o facto de desde o século XV o Montargil aparece sempre referido não como Montarguis, mas monte arguil, o que nos leva a aceitar a versão de monte argila.
Montargil viu-lhe ser concedidos três forais: o primeiro em 1277 por D. Dinis, o segundo em 1372 por D. Fernando e o terceiro, já por um rei da segunda dinastia, D. Manuel I em 1518.
Montargil foi sede de concelho, daí terem-lhe sido outorgadas três forais. Esta posição de sede manteve-se até 1836. Nesta data, Montargil sofreu mudanças administrativas. Deixou de pertencer ao Ribatejo, onde pertencia desde a sua fundação. Desmembrada da província ribatejana foi integrada no concelho de Avis, a partir desta data perdeu o estatuto de concelho e passou a freguesia, o qual mantém até hoje. Só mais tarde em 1871 passou a fazer parte do concelho de Ponte de Sor.
Fonte: Pedro Cerîaco, "ebimontargil.drealentejo.pt"

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Bom Dia Alentejo, a Santiago Maior, o Contrabando, a uma freguesia de Alandroal


A freguesia de Santiago Maior, o concelho e toda a região em geral, viveram sempre uma situação agreste, muito desprotegida a todos os níveis. Zona com bastante população onde predominava a fome, miséria e o desemprego. Vivia-se com dificuldades económicas, muitas vezes quem suportava toda esta crise era o pequeno comércio através do "fiado". Ou se era trabalhador rural ou em alternativa, dada a situação geográfica propícia, se praticava contrabando "não profissional", sujeitando-se ao martírio e calvário das cargas e principalmente do risco da própria vida.
Era uma tarefa ingrata, praticada normalmente de noite, por caminhos e atalhos, por meio de matos, arrífes e caminhos mais pedregosos, mais ocultos e possíveis de esconderijo, com travessia do Rio Guadiana, a nado ou de barca, afim de conseguirem ludibriar a tenebrosa Guarda Civil espanhola ou a nossa Guarda Fiscal.
É certo que qualquer autoridade ou a GNR poderiam intervir, apreendendo, prendendo ou autuando, mas o maior medo e de que mais se precaviam era da passagem da fronteira. Contrabandistas houve, que em locais mais recatados se esconderam para não serem detectados, estando vários dias sem comer nem beber, aguardando que as autoridades de cá e do lado de lá da fronteira se afastassem para outra zona, só então seguindo caminhada com o fardo de contrabando às costas. Por vezes, neste jogo de gato e rato, os guardas faziam "negaças"
A maior intensidade de contrabando aconteceu desde a década de trinta e estendeu-se até à década de sessenta. A Guerra Civil de Espanha, a 2º Guerra Mundial e a miséria em que o povo do Alentejo vivia, intensificaram esta ílícita actividade, em busca de meios de sobrevivência. O contrabando integrava homens de qualquer idade, bastava terem bom fisíco, serem possantes, não medrosos, nem tímidos e capazes de enfrentar as maiores adversidades ao longo dos percursos, para não largarem a carga de qualquer maneira, só fazendo após grande perseguição.


Esta actividade assegurava um esquema de comércio informal e de economia paralela, afectuando a permuta clandestina de produtos e géneros que escasseavam, ora num ora noutro lado da fronteira. Embora de natureza diferente, havia carências de ambos lados da raia.
Para Espanha, para além do tabaco, açúcar e café, no tempo da guerra com carência de tudo, levavam pão, farinha, enchidos, e tudo o que fosse comestível. O contrabando mais apetecido foi o café e tabaco dado a sua qualidade quando comparado com o espanhol. Para Portugal calçado, alpercatas de corda, roupas, lenços da cabeça, garridos, leques, perfumes, bebidas espirituosas, sedas, navalhas de barba, isqueiros e inclusivé medicamnetos, além de outros em maior escala como era a bombazina de excelente qualidade.
Era uma actividade cheia de riscos: o abandono das cargas com o receio de serem apanhados e que por vezes se tornava realidade; a prisão, cá ou lá, forçando-os a confessar tudo o que sabiam sobre o contrabando; os ferimentos ou mesmo a morte, quando baleados pelos guardas; o afogamento, nas travessias do Guadiana, efectuadas durante noites sem luar em que as condições do rio não eram devidamente avaliadas; a tortura em Espanha quando lá encarcerados.
Quando escondidos nos cerros, por vezes eram detectados e obrigados a fugir, normalmente já tinham a carga de tal modo escondida que, apesar das autoridades revolverem matagais,covis e esconderijos, nem sempre encontravam o material. Após afastamento dos guardas, os contrabandistas voltavam ao local, para se certificarem se a sua carga tinha sido descoberta. Foi assim uma difícil forma de sobrevivência.
  Fonte: Memórias do contrabando - Manuel Inácio Cotovio, 2006