Mas falemos do
sarapatel, compadres e minhas comadres, mas falemos do sarapatel, do genuíno
prato da região alentejana, ai ele feito com o pão caseiro, com a carne, as
vísceras e o sangue de borregos criados, ai criados nos nossos campos
alentejanos. Ai mas eu vos o diga, que bom e belo que assim muita saboroso…
O primeiro cuidado a ter na pré-preparação do sarapatel, tem a ver, compadres e minhas comadres, obviamente, com a escolha do borreguinho (refira-se que há quem o prepare, sem desvantagem, com cabrito), ao qual vamos extrair os elementos cárnicos adequados à execução do pitéu; que, regra geral, se cozinha para largo número de comensais, já que o sarapatel é um prato convivial, um prato de festa.
O primeiro cuidado a ter na pré-preparação do sarapatel, tem a ver, compadres e minhas comadres, obviamente, com a escolha do borreguinho (refira-se que há quem o prepare, sem desvantagem, com cabrito), ao qual vamos extrair os elementos cárnicos adequados à execução do pitéu; que, regra geral, se cozinha para largo número de comensais, já que o sarapatel é um prato convivial, um prato de festa.
Dizíamos, pois, que o anho (ou o cabrito) tem de
ser um animal saudável e bem nutrido. Depois da matança, esquarteja-se o bicho,
separando os nacos nobres (que se utilizarão noutros pratos) daqueles que vamos
utilizar no sarapatel: as partes mais gordas da barriga, as costelas, a
fressura, o fígado, o coração, além, naturalmente, do sangue.
O sangue é cozido à
parte (com um pouco de sal) e reserva-se. Depois (ou ao mesmo tempo) faz-se,
num tacho grande, um refogado tradicional com azeite, sal, cebola, alho, louro,
colorau, salsa, picante e um copinho de vinho branco. Os ingredientes aqui
mencionados entram no preparado em proporções que até a mais inábil cozinheira
conhece.
Quando compadres e
minhas comadres, tudo isto começa a aloirar, adiciona-se a carne, mais as
vísceras seleccionadas, além do sangue cozido esfarelafo. Rectifica-se de sal.
Deixa-se cozer –em lume brando- o tempo necessário, juntando água (tépida, de
preferência) em quantidade razoável e prova-se; até que, finalmente, o cheiro e
sabor nos indique que o divinal caldo (mais a carne que lhe dá consistência) está
pronto para regar as fatias de pão que, entretanto, havíamos cortado e colocado
numa travessa de tamanho adequado. Enfeita-se com raminhos de hortelã.
O sarapatel, pois se pedindo a vossemecês
compadres e minhas comadres, pois se pedindo, deverá ser sempre acompanhado, preferencialmente,
com vinho tinto da região alentejana, que, como todos sabeis, é mesmo muita bom.
Fonte: Manuel Monteiro da Silva