Foi esta povoação
fundada pelos árabes no século XI, os quais lhe construíram as primeiras
fortificações, e lhe deram o nome de Mogron, que significa – lapa, cova ou
caverna – talvez por causa de alguma que ali encontrassem, do tempo dos celtas
ou dos antigos lusitanos.
Parece que esteve
abandonada e deserta, durante os reinados de D. Afonso Henriques, D. Sancho I e
D. Afonso II, porque só temos notícias positivas de MOURÃO, corrupção de
Mogron, no reinado de D. Sancho II, em que D. Gonçalo Egas, prior da Ordem
Militar de S. João de Jerusalém, depois de Malta, a povoou em 1226, dando-lhe
foral, que foi confirmado e muito ampliado por D. Dinis, por carta feita em
Lisboa, a 17 de Janeiro de 1296.
(Do
Arquivo Histórico de Portugal – Vol. II – 1890 – Pág. 194).
Da sua fundação
nenhumas notícias históricas se possuem, devendo-se relegar para o campo da
imaginação o pouco que a tal respeito se encontre num ou noutro escritor.
O que acerca da
origem árabe do seu nome almogron, tremoceiro e morron, lapa ou caverna, se tem
dito não passa de gramática parda pois a tal respeito consultei o meu erudito e
destinto amigo e colega Dr. David Lopes, eminente professor de árabe.
O termo MOURÃO provém
de Moura de cujo alfoz teria feito parte em remotos tempos.
(Do
Concelho de Mourão – por Dr. Agostinho Fortes – inserto no Álbum Alentejano –
Tomo II (Distrito de Évora) – 1935 – Pág. 422).