Anteriormente, - mes compadres
e minhas comadres -, Sociedade Recreativa e Musical Alegretense, foi ditosa
Sociedade fundada, lá decorria o ano longínquo de 1867. Inicialmente, foi constituída
por 20 pessoas que residiam na povoação de Alegrete.
A data da
constituição da Banda – vos direi assim minhas comadres e mes compadres – dia 8
de Dezembro é considerado, como sendo ele, o da data da constituição da banda,
que teve como sede uma pequena sala cedida por um dos executantes e fundador da
Filarmónica.
Dando-lhe o seu
devido seguimento, uma melhoria significativa veio com a utilização – pois vos
direi a vossemecês – da antiga capela do Espírito Santo, onde se manteve até
1981.
Foi o seu primeiro
regente e fundador – o compadre – José Augusto Servo, natural – compadre – de Alegrete.
- Como em tudo na
vida pois a vossemecês direi -, a banda sofreu um pequeno interregno da sua
actividade, por cerca de dois anos, mantendo, a partir da daí, a sua actividade
ininterruptamente. Foi a ditosa reestruturada em 1919, pelo Capitão do exército,
António Miranda Branco, tendo sobrevivido até – aos lindos dias - de hoje.
Por uma subscrição
pública – assim mes compadres e minhas comadres mesmo – compram-se os primeiros
instrumentos, alguns dos quais se encontram expostos no seu pequeno museu,
onde, muito bem, estão também as fotografias dos músicos que actuaram na banda
durante mais de 50 anos, e ainda o de algumas pessoas que deram significativo contributo
para a conservação e melhoramentos em favor da Banda.
Em algumas situações,
os próprios músicos tiveram que adquirir, à sua custa, os instrumentos com que
actuavam, nunca tendo podido contar com muito mais de quarenta elementos.
Dispõe agora – a Banda
- de uma sede própria, excelente, com projecto do Sr. Eng.º José Rodrigues
Raimundo, que muito deve ao dinamismo e esforço de algumas pessoas, como o Dr. Dinis
Parente, o Sr. Fernando Trindade e muitas outras que colaboraram de várias
formas, nomeadamente através da “campanha do cimento”.
Na sua sala de
ensaios poderiam agora sentar-se o dobro dos elementos e tem óptimas condições acústicas,
também estas, com muito carinho e inovação: foi instalado um tecto falso para
criar uma superfície anti-reflexos (sem ecos) utilizando os cartões prensados
de caixas para ovos, Barato e eficiente!
Uma nota curiosa –
pois assim vos direi a vossemecês – para a campanha do cimento foram mandadas
cartas a quase toda a gente pedindo colaboração. Não tendo sido enviadas cartas
a algumas pessoas de baixos recursos, houve uma que muito se escandalizou – pois
também é gente – por lhe não “terem pedido” e foi falar com o responsável dizendo-lhe;
então tu achas-me com coragem de negar um saquinho de cimento para ajudar a
nossa Banda? E deu dinheiro para cinco sacos!.
Foto: Emílio Moitas, http://arronchesemnoticias.blogspot.pt/2012/12/alegrete-banda-de-musica-da-sociedade.html
Este exemplo, entre
muitos outros (não esquecendo aqueles que trabalharam gratuitamente, dias sem
conta para ajudar a erguer esta obra) atesta o carinho – assim mes compadres e
minhas comadres – que o povo de Alegrete dispensa a – esta - sua Banda.
Como cartão de visita
da Vila de Alegrete, projectando-a para bem mais longe do que os limites, quer
através do país quer para o estrangeiro, participando em tantas actuações em se
ouvir com bom nível e sempre com muito grado.
Para além disso, foi
ponto de partida, através do ensino da música, com os meios de que dispunha
(até que em 1996 arrancou com a Escola de Música dirigida por um professor do
Ensino Oficial) para que muitos pudessem optar por outro modo de vida actuando
nas diversas bandas militares, GNR, G. Fiscal, PSP, da Gulbenkian, da Carris,
etc., ou exercendo a sua actividade como professores de música, instrumental ou
coral, em várias Escolas, onde muitos mostraram valor e ganharam prestígio.
Fonte: Alegrete : histórico, urbano e rural – João Manuel Marques
Parente – 2003 – Edições Colibri.