sábado, 24 de janeiro de 2015

Bom Dia Alentejo, Alegrete, Banda de Alegrete, a uma Banda de força a tocar a terra em frente

 
Anteriormente, - mes compadres e minhas comadres -, Sociedade Recreativa e Musical Alegretense, foi ditosa Sociedade fundada, lá decorria o ano longínquo de 1867. Inicialmente, foi constituída por 20 pessoas que residiam na povoação de Alegrete.
A data da constituição da Banda – vos direi assim minhas comadres e mes compadres – dia 8 de Dezembro é considerado, como sendo ele, o da data da constituição da banda, que teve como sede uma pequena sala cedida por um dos executantes e fundador da Filarmónica.
Dando-lhe o seu devido seguimento, uma melhoria significativa veio com a utilização – pois vos direi a vossemecês – da antiga capela do Espírito Santo, onde se manteve até 1981.
Foi o seu primeiro regente e fundador – o compadre – José Augusto Servo, natural – compadre – de Alegrete.
- Como em tudo na vida pois a vossemecês direi -, a banda sofreu um pequeno interregno da sua actividade, por cerca de dois anos, mantendo, a partir da daí, a sua actividade ininterruptamente. Foi a ditosa reestruturada em 1919, pelo Capitão do exército, António Miranda Branco, tendo sobrevivido até – aos lindos dias - de hoje.
 
Por uma subscrição pública – assim mes compadres e minhas comadres mesmo – compram-se os primeiros instrumentos, alguns dos quais se encontram expostos no seu pequeno museu, onde, muito bem, estão também as fotografias dos músicos que actuaram na banda durante mais de 50 anos, e ainda o de algumas pessoas que deram significativo contributo para a conservação e melhoramentos em favor da Banda.
Em algumas situações, os próprios músicos tiveram que adquirir, à sua custa, os instrumentos com que actuavam, nunca tendo podido contar com muito mais de quarenta elementos.
Dispõe agora – a Banda - de uma sede própria, excelente, com projecto do Sr. Eng.º José Rodrigues Raimundo, que muito deve ao dinamismo e esforço de algumas pessoas, como o Dr. Dinis Parente, o Sr. Fernando Trindade e muitas outras que colaboraram de várias formas, nomeadamente através da “campanha do cimento”.
Na sua sala de ensaios poderiam agora sentar-se o dobro dos elementos e tem óptimas condições acústicas, também estas, com muito carinho e inovação: foi instalado um tecto falso para criar uma superfície anti-reflexos (sem ecos) utilizando os cartões prensados de caixas para ovos, Barato e eficiente!
Uma nota curiosa – pois assim vos direi a vossemecês – para a campanha do cimento foram mandadas cartas a quase toda a gente pedindo colaboração. Não tendo sido enviadas cartas a algumas pessoas de baixos recursos, houve uma que muito se escandalizou – pois também é gente – por lhe não “terem pedido” e foi falar com o responsável dizendo-lhe; então tu achas-me com coragem de negar um saquinho de cimento para ajudar a nossa Banda? E deu dinheiro para cinco sacos!.

 
Foto: Emílio Moitas, http://arronchesemnoticias.blogspot.pt/2012/12/alegrete-banda-de-musica-da-sociedade.html
Este exemplo, entre muitos outros (não esquecendo aqueles que trabalharam gratuitamente, dias sem conta para ajudar a erguer esta obra) atesta o carinho – assim mes compadres e minhas comadres – que o povo de Alegrete dispensa a – esta - sua Banda.
Como cartão de visita da Vila de Alegrete, projectando-a para bem mais longe do que os limites, quer através do país quer para o estrangeiro, participando em tantas actuações em se ouvir com bom nível e sempre com muito grado.
Para além disso, foi ponto de partida, através do ensino da música, com os meios de que dispunha (até que em 1996 arrancou com a Escola de Música dirigida por um professor do Ensino Oficial) para que muitos pudessem optar por outro modo de vida actuando nas diversas bandas militares, GNR, G. Fiscal, PSP, da Gulbenkian, da Carris, etc., ou exercendo a sua actividade como professores de música, instrumental ou coral, em várias Escolas, onde muitos mostraram valor e ganharam prestígio.
Fonte: Alegrete : histórico, urbano e rural – João Manuel Marques Parente – 2003 – Edições Colibri.