quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Bom Dia Alentejo, a Portalegre, Fonte do Jardim do Tarro, a vitória com um v da Vida

 
Construída na década de 1960 – ai mes compadres e minhas comadres o sabeis lá – tem à sua frente um pequeno lago que se pode atravessar em passadeiras circulares – a parecer seda – ai amigos meus do mundo a quem pisa.
Foto: Casimiro Carrajola, http://www.panoramio.com/photo/18435811
De força que ela continua e que é de vida. Sempre a assapar a um todo o pano. Das entranhas dela que sai o azul branco do céu. A fresquidão a pureza, os lábios a boca do corpo de um homem e uma mulher, - ai meu Deus – a boca quando se aproxima, a natureza como a toca, a leveza circula e caminha na cidade de Portalegre.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Bom Dia Alentejo, Arronches, Apodo de Arronches, a um sabor fresquinho a Montado na planície

 
Terra dos Porcos – compadres meus e minhas comadres – é assim apodada – esta graciosa – esta - vila de Arronches.
Será por existir na região muito montados servindo para a engorda do gado suíno. É uma hipótese de aceitar… Ai foi assim meus compadres e minhas comadres, compadre diz assim a vossemecês, foi assim em Apodos Tópicos Alentejanos, na Revista Cidade e de Portalegre, o nosso compadre, Alexandre de Carvalho Costa, o compadre lá o disse...

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Bom Dia Alentejo, Galveias, Coreto de Galveias, o galo a uma laranja pézinho de dança começava

 
Coreto muito semelhante ao de Ponte de Sor, este foi projectado pelo Sr. Ambrósio Lobato.
Mandado construir pela Junta de Freguesia de Galveias, sua actual proprietária, foi inaugurado a 20 de Agosto de 1978.
O seu espaço octogonal com 3m de lado é escolhido para as comemorações do 25 de Abril, para as festas de Julho e ainda para animação dos bailes populares.
Construído em alvenaria – assim minhas comadres e meus compadres – e marmorite branco. Seu pavimento apresenta-se à altura de 1,80m do solo, em marmorite vermelho.
A cobertura – pois assim então meus compadres -, à semelhança da do coreto de Ponte de Sor, é uma placa de cimento armado, apoiada em quatro pilares de cimento, com o mesmo tipo de acesso e gradeamento todo em redor.
Apresenta o referido coreto – pois eu vos diga compadres – electrificação central e em bom estado de conservação.
Fonte: Coretos do Norte Alentejano / Maria de Lurdes Ferreira Serra

domingo, 9 de novembro de 2014

Bom Dia Alentejo, Arraiolos, Topónimo de Arraiolos, a grego uma raça de árabe

A “terra dos tapetes”, histórica e antiquíssima vila, sede de concelho do distrito de Évora, tem, segundo se afirma, um nome de origem antroponímica.
Um capitão grego de nome Rayeo teria sido o governador da povoação, a qual tomou esse nome alterado em Rayolos, que depois, com o tempo se transformou em Arrayolos  e ARRAIOLOS. Embora reproduzida por vários autores, não satisfaz a explicação, que é, pelo menos, muito deficiente.
A primeira parte do topónimo tem todo o aspecto da proveniência árabe; todavia, se a origem é grega, como se diz, deve talvez tratar-se de um nome helénico arabizado. Mas, com mais probabilidades de aceitação não será antes um nome propriamente árabe, cognato de arraia ou arraial com um sufixo pluralizado?
A hipótese harmoniza-se melhor com a história local, pois o primitivo povoado corresponde à actual ARRAIOLOS tinha uma designação que aparece grafada com várias formas e que não se relaciona morfologicamente com o nome actual, como deixamos registado no primeiro volume deste trabalho, na parte referente a topónimos extintos.
Calantia, Calantica, Calantria, Calancia e ainda Callancia, variantes com que aparece designada uma antiga povoação, situada na área do actual concelho de ARRAIOLOS.
Dos Topónimos e Gentílicos, Vol. II (1944) – Págs. 267-268, e Vol. I (1941) – Pág. 151, de Xavier Fernandes.
Evoquemos, como Cunha Rivara, o passado da nossa encantadora terra, pois nos foros da sua nobre antiguidade, pode muito bem ombrear com as mais poderosas povoações, não faltando autores que façam remontar a sua origem, ao tempo dos celtas, ou pelo menos, ao dos mouros.
Calantica – a menos de uma légua, para noroeste, onde hoje está a aldeia de Sant`ana, prova-se pela simples inspecção da igreja, formada nos restos de um templo romano. Que o nome da povoação fora a de Calantica, afirma-o André de Resende, com alguns autores; ainda que doutros variem algum tanto a sua ortografia: Calantica, Calantria, Calantia, Calancia e até Callancia.
O Dr. Manuel do Vale de Moura, declarando a sua naturalidade, no livro que publicou. De Incontationibus diz: Patria Calantica. Etimologia.
Outros autores, embora não neguem a existência de Calantica, embora admitam a hipótese de ela ter sido fundada por celtas ou romanos, declaram que nem em lugar nem tempo, ARRAIOLOS se deve confundir com Calantica.
Atribuem a sua origem ao tempo dos sabinos, que ocuparam a cidade de Évora antes de Sertório e deram o governo da vila ao capitão Rayeo, nome grego; deste nome Rayeo se iria denominando Rayolis, corrupto hoje em ARRAIOLOS.
O padre Fr. Henrique de Santo António, na Crónica dos Eremitas da Serra d`Ossa, muito sabedor de etimologias gregas, inclina-se a que do capitão Rayeo se chamasse à povoação de Rayeopolis e daí por linha recta ARRAIOLOS.
De Alguns Apontamentos Históricos sobre a vila de Arraiolos – por Bernardino Godinho – inserto no Álbum AlentejanoDistrito de Évora – Tomo II – 1933 – Pág. 245
Trazem alguns sua origem do tempo dos sabinos, tusculanos e albanos, senhores da cidade de Évora antes de Sertório e que deram o governo de Arraiolos a um capitão Rayeo, nome grego por cuja antiguidade tomou por empresa uma cabeça na forma de uma esfera, e deste nome Rayeo se fez denominando Rayollis, corrupto hoje em Arrayolos.Segundo Diogo Mendes de Vasconcelos foi esta vila fundação dos Galos Celtas quando senhorearam estas comarcas, as quais lhe deram o nome de Calantia ou Calantria.
Do Dicionário Geográfico, do padre Luís Cardoso, Vol. I – 1747 – Pág. 589.
A origem de ARRAIOLOS - amigos meus do mundo - que também se escreve Arrayolos, fundando-se na suposta fonte helénica do seu nome, está em volta em trevas e fábulas, concordando, porém, todos os autores, com quanto sob diversa forma, em que é muito antiga, provindo-lhe a designação de um guerreiro grego chamado “Rayeo”, que a capitaniava, chamando-lhe por esse motivo “Rayolis”, que – como deveis estar na viagem – com o andar dos tempos se corrompeu em ARRAIOLOS.
Do Arquivo Histórico de Portugal – Tomo I – 1899 – Pág. 117
Foto(s): http://clubevinhosportugueses.wordpress.com/2014/04/04/vila-de-arraiolos/

Bom Dia Alentejo, Alter do Chão, Apodo de Alter do Chão, onde a terra é plana e de muita história

ALTER DO CHÃO – Como esta vila vai comemorar os 750 anos, do primeiro foral que lhe foi concedido, a revista “A Cidade” achou por bem associar-se às comemorações, consagrando-lhe este número. Aqui deixo também o meu modesto contributo, escrevendo umas palavras concernentes ao apodo aplicado aos alterenses, que talvez para alguns seja desconhecido. Eu aqui, apenas, limito-me a recordá-lo e nada mais.
- MULATOS – Aplicam este apodo aos alterenses, acrescentando de Alter.
- Da pequenina e interessante e interessante monografia – Alter do Chão (Uma das vilas mais interessantes do Alentejo) – conferência na Casa do Alentejo, em Lisboa, em 18 de Novembro de 1940, proferida pelo Dr. Rafael Salinas Calado, e publicada em 1944, transcrevo o seguinte, da pág. 18:
“Não consegui averiguar a origem pejorativa e sem razão de ser a designação de MULATOS DE ALTER, aos homens da minha terra.
Gama Lobo, aí também por 1860, publicou em A Voz do Alentejo um artigo que explicava a razão do apodo, mas a citação usada do jornal, na Biblioteca Transtagana, e a morte do seu compilador, o trabalhador incansável António José Torres de Carvalho, impediram-me de obter os esclarecimentos de que precisava a este respeito.
MULATOS é coisa que lá não existe, agora trigueiros e às vezes bem carregados, como eu, há-os por lá e muitos, sem que essa circunstância constitua, talvez, aleijão, como poderão ver, por esta quadra de dança das saias, que as raparigas do meu tempo cantavam lá então:
Andas morta por saber
Quem é o meu ramalhete
É um rapaz Trigueirinho
Vestido de azul ferrete.
Isto sempre é uma consolação para as pessoas a quem Deus Nosso Senhor deitou a este mundo um poucochinho mais carregado de cor.
Da pág. 17 da aludida conferência transcrevo o seguinte respeitante ao modo de dizer, muito usual em Alter do Chão:
À unha, Gente de Alter! – Um dos seus divertimentos é a tourada, onde se atira para a cabeça dos bois sem medo e com denodo. Quantas vezes, ouvi o grito: “À unha, gente de Alter!”.
Ao investigar diversos números de A Voz do Alentejo existentes na Biblioteca Municipal de Elvas, encontrei a razão do apodo “MULATOS” aplicado aos habitantes de Alter do Chão, no artigo intitulado – Motivo por que chamam aos alterenses, “Mulatos de Alter do Chão”, da autoria de Manuel de Gama Lobo, inserto nas págs. 3 e 4 do n.º 30, de 11 de Julho de 1860, que passo a transcrever, usando a ortografia de hoje:
“Decorrido o mês de Agosto da era cristã do ano de 1382, EL-REI D. Pedro, o Justiceiro, andava em correição pelas terras dos seus reinos; chegou à viçosa e encantadora vila de Alter do Chão. Alojaram-no numas casas, cujas janelas ficavam defronte de uma perene fonte. Deu um banquete aos fidalgos da sua comitiva, como tinha por costume, e depois despediu-os: Era noite. D. Pedro puxa um escabelo para junto de uma janela, assenta-se nele, firma um dos cotovelos no parapeito e encosta a face na mão e assim fica pensativo a meditar por muito tempo.

Foto: Paulo Moreira, http://retratosdeportugal.blogspot.pt/2011/04/alter-do-chao-largo-dr-joao-pestana-e.html
Tira-o deste letargo uma mui algazarra. Eram mulheres que se chamavam reciprocamente os nomes das festas.
O primeiro intento foi ir à fonte e tirar do cinto o açoute com que tinha açoutado o bispo do Porto, e ir açoutar por sua própria mão todo aquele mulherio infame, mas manteve-se; continuou a algazarra; e a coisa tomava incremento e já quase ia a passar a vias de facto quando uma diz para a outra – “Anda, velhaca: tu sempre hás-de ser Maria Rousada
Nesse tempo, o nome de rousada não era lá das melhores coisas por ser pouco honroso. D. Pedro, que isto ouviu, em continente, mandou chamar a mulher e pergunta-lhe por que lhe chamam tal nome. A mulher cora de vergonha, acanha-se, mas finalmente confessa que passando por umas vinhas, seu marido abusava da sua fraqueza e a forçara; mas que depois tinha casado com ela e viviam muito satisfeitos.
Não importa, diz o rei, cheio de cólera – foi um crime atroz! Seja já e já enforcado, pois desonrou uma donzela indefesa! A mulher pede, roga, suplica de mãos postas e acaba desmaiando. O marido foi imediatamente enforcado!...
- “Hei-de ensinar este povo desmoralizador e devasso! Eu o mandarei castigar” – dizia o rei, cheio de cólera, batendo com o punho no dofete.
Em seguida, mandou para Alter do Chão, imensidade de pretos, cada um com seu açoute, autorizados para zurzir todo aquele que escorregasse um pé. Os pretos familiarizaram-se com a gente da terra. Algumas mulheres da plebe, de boa boca e melhor aceitar casaram com eles, tiveram filhos, MULATOS.
Os habitantes das terras circunvizinhas, quando iam, por qualquer motivo a Alter do Chão, vendo alguns Mulatinhos, principiaram a chamar aos alterenses, MULATOS DE ALTER DO CHÃO, alcunha que hoje ainda têm os alterenses.
Fonte: Alexandre de Carvalho Costa, Apodos Tópicos Alentejanos, Revista Cidade, Portalegre

sábado, 8 de novembro de 2014

Bom Dia Alentejo, Aljustrel, Minas de Aljustrel, a uma a duas Tábua de Bronze do romano

 
Portugal Romano com Decebal Desimir Vleja
A notável tábua de bronze das minas de Aljustrel, descoberta nas antigas escombreiras romanas da mina, contendo legislação mineira vigente naquela exploração, estipulando as obrigações a que tanto pessoas individuais, como os estabelecimentos ali existentes, eram obrigadas.
Pode visitar na sala de Arqueologia do Museu Geológico em Lisboa.
 
Aqui foram encontrados, em vários pontos do concelho, vestígios da época romana, em especial ligados à exploração mineira. (…) A vila de Aljustrel é sobretudo conhecida pelas suas minas, exploradas já pelos romanos desde o séc. I. Estas minas possuem diversos filões de pirite complexa, sendo os mais antigos os de Algares e de São João do Deserto e os mais recentes os de Feitais e do Moinho.
A ocupação humana deste local data de há 5.000 anos, durante a Idade do Cobre, conforme está comprovado pelos materiais arqueológicos recolhidos no Castelo. Desde aí nunca mais este território ficou desabitado, contudo, é durante o período romano que a sua ocupação sofreu um grande incremento, com o aproveitamento em larga escala dos seus recursos mineiros, donde era estraído além do cobre, a prata eo ouro.
Em 1876 é descoberta a 1.ª Tábua de Bronze com a parte da legislação mineira romana. Este achado, que foi estudado pelos mais conceituosos investigadores nacionais e estrangeiros, referia a existência do couto mineiro Mettalum Vipascencis. Posteriormente, em 1906 foi encontrada uma 2.ª Tábua de Bronze que veio complementar alguma informação legeslativa, no entanto, a legislação continua incompleta uma vez que falta uma 3.ª Tábua. (…)
Fonte: Dicionário Enciclopédico das Freguesias
Mas calma meus amigos do mundo mas calma, citando ele o Dicionário que atrás o referido, compadre apenas quis mostrar que não é uma, mas sim lá duas. Ele está a dizer que assim o pensa. E assim ele o escrevia numa das páginas do Facebook, assim daquelas que fala e escreve Alentejo.