segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Bom Dia Alentejo, Mosteiro, Convento de Flor da Rosa, as terras do Crato, a um refúgio da alma ao norte


Célebre convento mandado edificar em 1356 pelo Prior do Crato, D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira, pai do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Pertenceu à Ordem do Hospital ou de S. João de Jerusalém, depois conhecida como Ordem de Malta.
Era um vasto edifício, aglomerado de variadas construções sucessivamente reunidas ao grupo primitivo, do século XIV, e que sofreu assim muitas modificações que alteraram a sua estrutura. Essas modificações datam principalmente dos séculos XVI e XVII.

Foto: http://condestabre.blogspot.pt/2010_09_01_archive.html
Hoje em completa ruína, mais agravada pela derrocada da igreja em 17 de Janeiro de 1897, ainda oferece um aspecto imponente. As ruínas da igreja estão sendo actualmente consolidadas em parte.
O edifício compõe-se essencialmente da igreja, vasta, alta, de uma só nave de grandes proporções e arco de cruzeiro de dimensões invulgares, e das construções dos anexos.
Na igreja conserva-se o túmulo do fundador, simples pedra tumbal com as armas dos Pereiras e as de S. João de Jerusalém, e entre outros túmulos, o de D. Diogo Fernandes de Almeida, conde de Abrantes, mausoléu armoriado sustentado por seis leões.
As paredes do edifício do convento, que os cronistas coevos chamam “Paços de Frol da Rosa”, eram altas, ameadas, construídas com blocos de granito aparelhado e mais parecendo um castelo do que um templo. Conservam-se ainda numerosos vestígios da sua grandeza, embora já em meados do século XVII não estivesse habitado por freires.

Foto: http://portugalfotografiaaerea.blogspot.pt/2012/04/flor-da-rosa.html
Algumas torres, com portas e janelas ogivais, frestas com arco aguçado, empostas e colunelos guardam todas as características da sua primeira traça. Misulas e cachorros indicam as varandas e balcões que outrora ali existiam, mas de construção posterior.
Às construções primitivas juntaram-se outras mais baixas, onde se encontram também restos de janelas e frestas do século XVI, com acentuado sabor do Renascimento, e um pequeno claustro com abóbadas nervadas e colunas de carácter mais arcaico, mas que parecem datar da mesma época.
A Casa do Capítulo tem a abóboda assente sobre colunas torsas, que igualmente devem ser da grande modificação do século XVI. Arcos de volta abatida sustentam restos de abóbadas, mas tudo numa ruína devastadora.
Foi classificada Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910.
Fonte: Inventário Artístico de Portugal, Luís Keil, 1943