domingo, 31 de maio de 2015

Bom Dia Alentejo, Avis, os Paços Medievais de Avis


O edifício dos antigos Passos do Concelho da Vila de Avis, situado junto à Igreja Matriz ele foi referenciado nessa função desde a Idade Média, correspondendo provavelmente à primitiva Sala de Audiência aí instituída.
As funções de Câmara serão aí desempenhadas não só durante toda a Idade Média, mas igualmente durante o século XVI e início do seguinte, altura em que há ainda referências à sua utilização, apenas sendo substituída quando da construção dos novos Paços do Concelho, datados de 1674.
Depois disso, compadres e minhas comadres, a sua história é obscura, tendo sido muito modificada em diversos momentos, particularmente no século XIX, altura em que – tudo indica – terá sido construída a abóboda que cobre o piso térreo do edifício, dividindo a construção em altura.
Esta abóboda assenta, de ambos os lados da sala principal, em três arcos em tijolo encostados ao dorso interior das paredes.
A descoberta do conjunto de cinco pares de janelas ogivais – um dos quais de arco trilobado – revela que o espaço interior seria decerto unificado (em altura), já que a abóboda veio entaipar essas janelas – viradas a norte, para o vale, sintoma de que estariam já desfuncionalizadas na altura.

A entrada actual do edifício faz-se por uma porta incaracterística a ocidente, já que o lado oposto recebeu uma escada que conduz ao piso superior, feito de novo no século passado, porta para a qual não haveria espaço em mais nenhuma face do edifício, “apertado” entre a Igreja (que se alargou na época moderna, estreitando a rua que a separa da câmara) e o casario circundante, ainda implantado segundo o modelo do urbanismo medieval da Vila (de “bastide”, como era comum então nas fundações das ordens militares religiosas)…
Situado próximo da igreja matriz, este edifício assim compadres e minhas comadres, ele foi a primitiva Sala de Audiência de Avis e acolheu também, na Idade Média, assim os Paços do Concelho.
Fonte: Jorge Rodrigues, Os Paços Medievais de Avis, http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3219.pdf