Se Ruy Ventura – pois começamos assim - em seu espaço e assim numa das
suas páginas e assim eu vos o digo, http://nortealentejano.blogspot.pt/2011/10/aparicao-de-nossa-senhora-dos-prazeres.html,
ele deixa registado três versões, este espaço, este espaço amigos meus do
mundo, na pura alma alentejana lhe regista mais uma…
Foto: Ruy Ventura, http://3.bp.blogspot.com/-nz1r-HNluCY/TorHLSt-sLI/AAAAAAAACLk/rnVPX3SrMhM/s640/e2d416e8-0e77-46a3-9ec7-77cec56dba0d.jpg
No concelho de Avis,
próximo de Benavila, há uma grande devoção a Nossa Senhora dos Prazeres. A
imagem apareceu, dentro do tronco de uma azinheira, a um porquêro, que andava
no sítio, onde está a capela. A gente de Castelo de Vide, que aliás fica a
muitas léguas, levou a imagem para a vila, mas a imagem fugiu para o lugar,
onde tinha aparecido. Os de Castelo de Vide levaram-na outra vez e ela tornou a
fugir. Como isto sucedeu várias vezes, eles resolveram-se a erguer-lhe uma
capela, que é a que hoje se vê no local. A festa é hoje feita pelos habitantes
de Castelo de Vide, e há na igreja vários ex-votos de pessoas doentes desta
terra.
Conta-se que uma vez
houvera um grande incêndio numa charneca; uma criança muda conta à mãe, por
acenos, que havia visto uma mulher ao pé do incêndio, e que imediatamente o
vento diminuiu o fogo: era a Virgem a acudir aos matos.
O povo dos arredores
tem fé que, trazendo ao pescoço, enfiada numa linha com o auxílio de uma
agulha, uma boleta de uma azinheira, que pertencia à Senhora, e que está agora
seca e estendida no chão, se livrava de sezões. Esta superstição liga-se com o
aparecimento da Senhora e tem sua razão de ser numa região sezonática como
aquela.
Fonte: J. Leite de Vasconcellos,
Contos Populares e Lendas II Coimbra, por ordem da universidade, 1966, p. 518-520