Na época da dita "reconquista", el-Rei D. Afonso I nosso Senhor e Irmão, estando em recuperação nas termas de Lafões por ter sido ferido com gravidade numa perna, declarou oficialmente que "de todo o território que ajudassem a conquistar a sul do Tejo, a terça parte seria propriedade dos Cavaleiros da Ordem do Templo".
Efectivamente algumas praças de guerra foram tomadas no Alentejo com a importante ajuda dos Templários Portugueses.
Em alguns lugares, bem dentro do território ocupado pelos muçulmanos, os Templários atreveram-se a criar uma ou outra Comenda apesar da instabilidade militar que essa ocupação representava.
Essas Comendas permaneceram secretas devido ao tipo de pactos estratégicos existentes entre o Monarca português (com seus Irmãos Templários) e alguns comandantes árabes envolvidos na actividade bélica da região.
Santa Maria de Foxes (lê-se fôches) foi uma dessas comendas secretas.
" O pequeno
castelo árabe de Al-Batun com a sua mesquita dentro de muros e envolvido por
largos fossos de protecção, foi ocupado por uma força Templária durante 5 anos
sem que a sua arquitectura militar ou o seu lugar de culto muçulmano tivesse
sido tocado ou alterado. A população árabe, em paz e harmonia, continuou
a utilizá-los como se os Cavaleiros do Templo ali não estivessem aquartelados
nas dependências mais humildes do castelo.
Ali cultivaram
respeito e cortesia.
Ali criaram laços de
amizade.
Quando os Templários
se retiraram para norte por questões de estratégia administrativa, a
população de lágrimas nos olhos disse ao comandante da milícia portuguesa:
"Oxalá naõ foxeis".
Sentido, o Comendador
Templário assentou no seu livro de guerra o nome da Comenda que deixava
para trás com mágoa: "Santa Maria de Foxes".
Significado que
pretendeu dar ao nome com a desculpa da presença dos "fossos" que
rodeavam e protegiam o castelo mas que mal disfarçadamente deixava revelar o
peso daquelas palavras; "Oxalá naõ foxeis".
Deus quisera que não
tivésseis de partir...
Da presença da
Comenda secreta de Santa Maria de Foxes, ou Foxem, hoje Viana do Alentejo,
ficou apenas esta pedra, cabeceira de sepultura de um Cavaleiro Templário
Português, adaptada a seteira e visível numa das muralhas reconstruídas do
velho castelo árabe de Al-Batun.
Por alguma razão "obscura" estão hoje
representados no brasão da Vila dois escudetes com a cruz Templária...