segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Bom Dia Alentejo, Avis, Apodo de Avis, terra do sapateiro e que do carpinteiro, o carpinteiro que foi juiz

 
FRACA JUSTIÇA DE AVIS – a propósito deste apodo, - mês compadres e que minhas comadres – contam – campónios em ditosa terra alentejana - a seguinte historieta: Há muito tempo, ouve em Avis dois operários, um carpinteiro e um sapateiro, amigos inseparáveis, muito bons homenzinhos.
O sapateiro – sabeis assim amigos meus do mundo – era quase analfabeto e o carpinteiro tinha umas luzes. – Assim, que eu estou a dizer a vossemecês – por ocasião de dificuldades em arranjar Presidente da Câmara, foi nomeado para tal cargo o amigo carpinteiro precisamente quando o juiz, que numa altura havia em Avis, estava de licença e era o Presidente da Câmara que por lei o devia substituir.
Entre os casos que o nosso amigo carpinteiro teve de julgar, sucedeu ser um do amigo sapateiro e teve de condená-lo em boa pena. Ao fazê-lo, tomou o pau inerente do cargo que desempenhava e perguntou sobranceiramente:
“O réu tem alguma coisa a alegar em sua defesa?” – Este respondeu-lhe – “Esteve V. Exa., senhor Doutor Juiz, tanto tempo “aplainar” a sua consciência para dizer tal sentença!”
Antigamente – compadres meus e minhas comadres – para aquém do Tejo, a região estava dividida em quatro circunscrições judiciais, sendo a de S. Bento de Avis, uma das maiores, que ia desde Coruche até Elvas. Por essa razão, muitas vezes os casos eram julgados muito à priori acarretando com isso muitos erros judiciários, razão por que empregam a frase Fraca JUSTIÇA DE… conforme a circunscrição a que pertenciam.
Esta informação – assim continua amigos meus do mundo, o compadre Alexandre de Carvalho Costa, aqui das terras de Alagoa no norte alentejano – foi-me amavelmente prestada pelo meu amigo António Fialho Sequeira Bugalho, residente na freguesia do Ervedal, concelho de Avis, aqui há uns bons trinta anos, deixando aqui publicamente, os meus sinceros agradecimentos.
- Assim e depois para terminar mes compadres e que minhas compadres, o referido -, também apodam-se os de Avis de CÃES e costumam proferir – AVIS É TERRA QUE DEUS NÃO QUIS – e eu como o ele o digo – isto apenas por causa da rima e não por outra coisa – estou certo disso.
Fonte: Alexandre de Carvalho Costa, Apodos Tópicos Alentejanos, Revista Cidade, Portalegre